Hospital de Base realiza cirurgias de peito aberto desde outubro
27/12/2019 às 13h03
Hospital de Base realiza cirurgias de peito aberto desde outubro
Procedimento ficou suspenso por 5 anos, mas unidade já faz 3 por semana
As doenças cardiovasculares são as maiores responsáveis pela maioria das mortes no mundo, superando até o câncer, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) sempre foi uma referência em cirurgia cardíaca, principalmente na modalidade “peito aberto”. A ponto de se tornar conhecido nacionalmente na realização desse procedimento. Tanto é que vários cirurgiões renomados no país se especializaram no HBDF. Mas a dificuldade financeira que atinge a saúde pública em todo o país – não isentando o HBDF – causou acúmulo das intervenções cirúrgicas dessa importância, causando suspensão por cinco anos. Até que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges/DF) assumiu o controle da unidade de saúde e melhorou o atendimento. Foram investidos recursos na aquisição de equipamentos de ponta, além da excelência do material cirúrgico que se utiliza nos procedimentos. Aos poucos, o HBDF tem retomado sua rotina de tratamento, chegando a operar três pacientes por semana. Outra notícia boa é que a expectativa da unidade é aumentar essa média para cinco. A cirurgiã cardíaca Tatiana Maia, referência em cirurgia do coração, disse que está em prática o projeto de expansão de cirurgias cardíacas no HDBF. “Temos condições de fazermos mais cirurgias. Porém, a gente esbarra ainda na falta de leitos e salas de cirurgias. Mas já estamos com pleito encaminhado para que a gente tenha uma sala de cirurgia dedicada ao procedimento cardíaco e que seja retomada a UTI Coronária com oito leitos para pós-operatório”, afirma. Confira abaixo outros trechos da conversa. Por qual motivo elas foram suspensas? - Com o desabastecimento que ocorreu em gestões anteriores, as cirurgias cardíacas acabaram sendo atingidas em cheio. Então, ficamos cinco anos sem realizar procedimentos complexos, como as cirurgias de peito aberto. Até que o Instituto de Gestão Estratégica assumiu o controle da unidade e normalizou o atendimento. E, agora, como está esse tipo de procedimento no HBDF? - O atendimento foi retomado. As cirurgias chamadas complexas, que são as de peito aberto, já são realizadas desde o dia 21 de outubro. Até hoje, operamos 24 pacientes. Com o atendimento normalizado, já dá para se ter uma média de quantas são realizadas por semana? - Estamos conseguindo fazer de duas a três cirurgias por semana atualmente. Existe a expectativa de ampliação de vagas para pacientes que precisam se submeter a esse tipo de procedimentos? - Nossa intenção é, a partir de janeiro, aumentar para três o número de cirurgias por semana, não só para pacientes agendados, bem como casos emergentes. Mas num futuro não muito distante, de aproximadamente seis meses, nossa projeção é de reativar o serviço com força total a ponto de realizar até cinco cirurgias por semana. Por que ainda morrem muitas pessoas de doenças cardiovasculares? - Porque, devido ao tratamento delas ser complexo, só são realizadas em centros de referência e com toda uma estrutura, que vai de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipamento e profissionais capacitados. Só existe cirurgia de peito aberto no HBDF na rede pública? - Sim. Mas o DF tem um contrato com o Instituto de Cardiologia que também realiza esse tipo de cirurgia pelo Sistema Único de Saúde.
Da Agência Brasília
Fotos: Divulgação/Iges-DF