14/10/2024 às 17h59

HRT promove força-tarefa de reconstrução mamária em 50 mulheres; veja depoimentos

Mais 15 pacientes farão procedimentos como micropigmentação. No fim deste mês, outras dez usuárias passam pela cirurgia de mama

Ingrid Soares, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura, da Agência Saúde-DF

Um ciclo de luta se encerra e a autoestima, enfim, ganha espaço para se recuperar. É assim que Lucineide Moreira, 43, enxerga a oportunidade de passar pela cirurgia de reconstrução de mamas. Após ser diagnosticada em 2020 com câncer, a cabeleireira é uma das 50 mulheres mastectomizadas a serem beneficiadas pela nona força-tarefa da Secretaria de Saúde (SES-DF). “Estou feliz que minha vez chegou. Sempre me olhava no espelho e não me sentia eu mesma. É uma conclusão desse período, desse sentimento”, relata a paciente. 
 

"A reconstrução é muito importante para devolver a minha autoestima”, diz Lucineide Moreira, diagnosticada com câncer de mama em 2020. Foto: Jhonantan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Iniciada nesta segunda-feira (14), a edição de 2024 ocorre no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e segue até sábado (19). Mais de 70 médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem se comprometeram, de forma voluntária, a participar das cirurgias. O movimento é fruto de uma parceria do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da SES-DF, com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Entre as ações previstas pela força-tarefa, estão ainda outros 15 procedimentos, como a micropigmentação - uma das opções utilizadas para a restituição de aréolas dos seios. No final deste mês (21 a 25), mais dez mulheres também irão passar pela reconstrução mamária, dessa vez no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). 
 

Ação conta com o trabalho voluntário de mais de 70 profissionais. Foto: Jhonantan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Autoconfiança

Recuperada de um câncer de mama, Lea Cristina Salgueiro, 57, recebeu a notícia em 2021, após um hiato de dois anos nos exames de rotina. “Foi muito difícil, sofri e chorei, mas a médica explicou que ainda estava no começo e que ia dar tudo certo. Fiz o tratamento e estou curada. Sonhei com o momento da reconstrução", revela a auxiliar de serviços gerais. Após a retirada do tumor, ela sofreu uma rejeição da primeira prótese. “Há dois anos sem prótese, usava um enchimento. Agora, terei volumes próprios. Estou muito feliz, com a expectativa lá em cima!", admite. 
 

"Vejo a cirurgia como a conclusão de um período de luta", conta a paciente Lea Cristina Salgueiro, uma das beneficiadas pela força-tarefa. Foto: Jhonantan Cantarelle/Agência Saúde-DF


A supervisora do centro cirúrgico do HRT, Mônica Dias, reforça a carga emocional que a reconstrução possui: “Depois de todo o sofrimento causado por um câncer de mama, as mulheres saem da cirurgia mais felizes e autoconfiantes. Vemos a mudança de imediato. Estamos contentes de poder realizar esses procedimentos. Os voluntários fazem toda a diferença na ação”, aponta. 

Segundo o diretor do Hospital Regional de Taguatinga, José Henrique Barbosa de Alencar, o câncer de mama possui um alto potencial de cura. "Quando a mastectomia ocorre, no entanto, as pacientes precisam recuperar a autoestima. É o que o GDF e a SES-DF estão fazendo com essa força-tarefa: criando a possibilidade de devolver a mulheres na fila de espera a vida social que merecem", diz.