Mães com bebês internados no Hmib recebem kits de enxovais produzidos por detentos
Mães com bebês internados no Hmib recebem kits de enxovais produzidos por detentos
Projeto tem como objetivo capacitar reeducandos do sistema penitenciário e promover reparação social
Agência Saúde-DF | Edição: Agência Saúde-DF
Nessa quinta-feira (22), ocorreu a entrega simbólica de 1,2 mil kits com roupas infantis (calças, bodys e toucas) às mães com bebês internados no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). As peças de roupas são produzidas por detentos da Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I), a Papuda, e mais 800 serão distribuídos por outros hospitais do Distrito Federal.

Presente durante evento, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destacou a importância do HMIB ser o primeiro a receber a leva das roupinhas. “[O hospital] é um símbolo do cuidado entre mãe e bebê”, destacou. Além disso, reforçou o papel da saúde no cuidado com os detentos: “A Saúde está presente em toda a saúde prisional. Temos 21 equipes de Estratégia Saúde da Família trabalhando”.
Também presente ao evento, a primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Rocha, destacou que o projeto representa uma forma de incentivar a reinserção na sociedade das pessoas privadas de liberdade. “É um projeto que capacita, reeduca e reinsere na sociedade todos que estão encarcerados, ao mesmo tempo que presta um suporte para a nossa população mais vulnerável”, detalhou.
Capacitação
A produção das roupas para os bebês foi possível por meio do Projeto de Capacitação Profissional e Implantação de Oficinas Permanentes (Procap), realizado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF) em parceria com os serviços Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Teles, o Procap prevê a oferta de mais de 2,6 mil vagas para a capacitação profissional dos detentos. “Uma pessoa privada de liberdade vai regressar à sociedade e temos de trabalhar para ela voltar melhor. A ressocialização é aliada à segurança”, enfatizou.
A juíza de direito da vara de execução penal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal há mais de dez anos, Leila Cury, explicou como o retorno da sociedade do detento é essencial para a eficiência do cumprimento da pena. “É importante que todos entendam que os presos vão retornar à sociedade e a forma como saem dependem de muitos atores do sistema prisional. É preciso que nós [agentes públicos] se unam para que essas pessoas possam ressocializar e sair melhores do que entraram”, destacou.
Também participaram da solenidade de entrega dos kits: a promotora de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Lenna Daher; a promotora de Justiça do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional, Vanessa Farias; e o diretor da PDF I, João Vitor da Anunciação.