Médico dá dicas para diminuir sintomas de alergia no tempo da seca
Médico dá dicas para diminuir sintomas de alergia no tempo da seca

Falta de umidade aumenta casos da doença, que chega a atingir 40% da população
BRASÍLIA (4/8/16) – Olhos e nariz coçando, acompanhados de espirros e garganta irritada. Esses são alguns dos sintomas de quem desenvolve algum quadro de alergia no trato respiratório. Com a baixa umidade registrada nos últimos dias na capital federal, que piora a situação de quem convive com o problema, o alergista da Secretaria de Saúde, Jairo Kono de Oliveira, lista diversas dicas para reduzir os sintomas.
"O clima está com a umidade baixa e o tempo frio. Isso é ruim porque os nossos pulmões precisam receber o ar em estado úmido e quente", explicou o médico. Segundo ele, nem todo mundo desenvolve sintomas em razão do clima porque o corpo possui órgãos de defesa, entre eles, o nariz, que aquece, filtra e umidifica o ar. Quando por algum motivo isso não ocorre e o ar chega frio e seco ao pulmão, o indivíduo pode desenvolver rinite alérgica, laringite, asma e outras doenças e sintomas, como rouquidão e nariz congestionado.
A alergia no trato respiratório é uma inflamação causada pela reação de hipersensibilidade provocada pela resposta imunológica após a exposição aos aeroalérgenos, que são antígenos (substâncias estranhas ao organismo) existentes no ar que podem causar a alergia. Quem é afetado possui pré-disposição genética, ou seja, é hereditário, mas depende de cada pessoa sobre como irá se manifestar.
Por isso, no Distrito Federal, outro fator desencadeante das alergias é o ácaro. "Ele se alimenta de restos de poeira, de alimentos, de partículas de insetos e da nossa pele que descama. Em um colchão de solteiro com quatro meses de uso, que é considerado novo, podem estar acumulados de um milhão a dois milhões de ácaros", contabilizou.
Segundo ele, muita gente pensa que deixar o colchão ao sol, assim como travesseiros, diminui a quantidade de ácaros. Porém, eles só morrem quando expostos à uma temperatura de 60 graus centígrados. Por isso, é necessário usar capas protetoras específicas para evitar a proliferação.
O alergista finaliza alertando que, apesar de os sintomas ficarem mais notórios quando o ambiente está seco, o clima chuvoso também pode ser responsável por doenças no trato respiratório.
"Nós culpamos muito a secura porque o mal-estar nessa época é maior, mas o excesso da chuva também é propício para a proliferação de fungos e ácaros e microrganismos que podem causar, inclusive, doenças infecciosas. Ou seja, o extremo da seca e da umidade não são favoráveis. Por isso, é importante se cuidar durante todo o ano", completou.
DICAS – Manter a hidratação do corpo é uma das ações mais importantes para se prevenir. Mas não é apenas com a ingestão de água, e sim com a hidratação de olhos com colírios apropriados e nariz com soro fisiológico. Veja as demais dicas:
- Evitar carpetes, tapetes, cortinas, móveis estofados de tecido ou almofadas que constituem depósitos de poeira.
- Revestir colchão e travesseiro com napa ou similar. Lençóis e fronhas devem ser trocadas pelo menos duas vezes por semana.
- Não usar mantas ou cobertores de lã e penas. Usar colcha de piquê, algodão ou edredom.
- O quarto deve conter apenas móveis indispensáveis como cama e guarda roupa (sem objetos em cima). Objetos acumuladores de pó devem ser recolhidos (pelúcia, livros, enfeites).
- As paredes da casa devem ter pintura lavável.
- Evitar acúmulo de mofo – arejar bem a casa e remover o mofo das paredes com água sanitária diluída em água.
- Substituir vassouras, escovas, pano eco e espanador por pano úmido e aspirador de pó.
- Não permanecer na casa do horário de limpeza, nem tomar parte de qualquer atividade correlata.
- Evitar contato com fumaça de cigarro, principalmente, dentro de casa.
- Praticar atividades ao ar livre e esportes.
TRATAMENTO – Quem possui alergia pode procurar assistência em diversas unidades de saúde. Na Unidade Mista de Taguatinga, há uma equipe especializada para tratamento não só de alergias respiratórias, mas cutâneas e alimentares. O acesso é pelo Sistema de Regulação da pasta, após o paciente receber encaminhamento em alguma unidade, como postos e centros de saúde. Porém, quem apresentar crises, pode ir até a Unidade Mista de Taguatinga, que funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 18h.
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