23/01/2014 às 18h46

Mitos e verdades sobre anticoncepcional oral

Por Ana Luiza Greca, da Agência Saúde DFAtendimento à imprensa:(61) 3348-2547/2539 e 9682-9226

Ginecologista esclarece principais dúvidas

A ginecologista Carla Martins está há 25 anos na Secretaria de Saúde e trabalha como coordenadora do Programa de Assistência Integral de Saúde da Mulher da Regional Sul (PAISM), no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). Segundo a médica, quando se trata de anticoncepcional as dúvidas são inúmeras e por falta de conhecimento, as mulheres acabam usando os métodos de forma inadequada. A partir da sua experiência em atendimentos com a população do Distrito Federal, ela fez uma lista das principais questões feitas pelas pacientes.

1. A pílula ou anticoncepcionais hormonais só podem ser usados após dois anos da primeira menstruação. (Mito)
R: Anteriormente acreditava-se que o uso precoce de contraceptivos hormonais promovia a parada do crescimento ósseo da adolescente, contudo, isso não foi comprovado cientificamente. O que foi comprovado é que o crescimento da mulher cessa com a primeira menstruação. Portanto, o uso deve ser iniciado após consulta com o ginecologista e antes da primeira relação sexual, assim mesmo meninas de 12 anos podem usar contraceptivos.

2. A pílula perde o efeito após longo período de uso. (Mito)
R: A eficácia se mantém mesmo usando por longo período a mesma pílula. Não é preciso trocar o tipo de pílula caso a mulher tenha se adaptado bem a que ela já usa. Contudo, é preciso tomá-la de forma correta, ingerindo-a sempre no mesmo horário, respeitando a pausa e se tiver quadros de vômito ou diarréia, usá-la associada a outro método como a camisinha até o término daquela cartela.

3. Existem pílulas que contribuem para combater o excesso de pelo no corpo. (Verdade)
R: Existem pílulas que possuem tipos de hormônios que combatem o hormônio masculino, a testosterona, diminuindo a quantidade de pelos do corpo.

4. Qualquer mulher pode usar pílula. (Mito)
R: Existem contra-indicações absolutas como mulheres com antecedentes de trombose venosa, câncer de mama, câncer de útero e câncer de ovário, derrame cerebral (AVC), cirrose avançada e diabete tipo 1 com comprometimento de retina que não devem tomar pílula.

5. Quando troca de anticoncepcional há risco de engravidar. (Verdade)
R: A mulher deve ficar atenta quando ela trocar por um anticoncepcional com dosagem hormonal mais fraca ao que ela já estava usando. A ingestão da pílula deve ser feita no primeiro dia da mestruação após o término da cartela anterior.

6. Tomar anticoncepcional por muito tempo pode causar infertilidade. (Mito)
R: Não há nenhum efeito sobre a fertilidade. Caso a mulher apresente algum problema para engravidar após o término do uso, significa que ela já apresentava algum problema de saúde antes do uso da pílula que afetou a sua fertilidade.

7. O uso da pílula faz a mulher engordar. (Mito)
R: A sensação de aumento de peso deve-se a maior retenção de líquido que o uso do contraceptivo provoca. Quando a mulher interromper o uso, o inchaço acaba. Contudo, vale lembrar que em algumas pessoas o uso pode provocar o aumento de apetite, mas o aumento do peso pode ser controlado com dieta e exercícios.

8. Existem medicamentos que cortam o efeito da pílula. (Verdade)
R: Sim. Medicamentos para tratamento de micoses como o griseofulvina e os remédios para a tuberculose, a rifampicina, reduzem o efeito do contraceptivo.