26/08/2020 às 14h54
Monitoramento de barbeiros evita transmissão da Doença de Chagas
Casos assintomáticos levam décadas para se manifestarem na forma mais grave da doençaTrypanosoma cruzitripanossomíase
JOSIANE CANTERLE, DA AGÊNCIA SAÚDE DF
O barbeiro (foto acima) é o principal transmissor da doença de chagas - Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz
A Vigilância Ambiental do DF mapeou a população de barbeiros e identificou sete espécies - Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz
Ciclo de transmissão da doença pelas fezes do barbeiro - Arte: Rafael Ottoni
Previous
Next
Insetos são grandes transmissores de doenças e precisam ter suas populações constantemente monitoradas para evitar a ocorrência de casos. Um deles é o barbeiro, ou triatomíneo, que transmite o agente infeccioso da doença de Chagas, uma enfermidade que pode levar mais de 20 anos para se manifestar. O protozoário (parasito) causador da doença é o
Cuidados
O barbeiro pode ser encontrado tanto dentro como fora de casa. Geralmente os insetos acabam dentro das casas e apartamentos à noite pois são atraídos pela luz das lâmpadas e há maior presença nas áreas rurais e próximo às matas, seu habitat natural. O trabalho realizado pela Secretaria de Saúde no controle da doença de Chagas inclui diferentes áreas: a Vigilância Ambiental, no monitoramento e investigação dos locais de incidência dos barbeiros; a Vigilância Epidemiológica, na investigação e notificação dos infectados; e a assistência, para o tratamento dos doentes. O Programa de Vigilância Entomológica dos Triatomíneos, da Vigilância Ambiental, tem como objetivo atuar no domicílio para interromper a infestação e ou reinfestação dos barbeiros. A partir disso são adotadas medidas operacionais para o controle, que incluem: barreiras físicas, nos locais que possam ser esconderijos deles e ou a intervenção com aplicação de produto químico, quando assim o exigir.
Mapeamento da Vigilância Ambiental
Doença de Chagas
A doença de Chagas pode trazer sérias complicações e seus sintomas aparecem em duas fases: a aguda e a crônica. Na fase aguda, o paciente pode ter febre por mais de 7 dias, dor de cabeça, fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas. Já na fase crônica, o tratamento é sintomático. “Reconhecer a fase aguda é muito importante porque, indica que na região está ocorrendo a transmissão ativa da doença e precisa ser imediatamente controlada. Nessa fase existe ainda a possibilidade de tratamento com êxito na cura da doença. Já a fase crônica, não existe tratamento e o paciente pode evoluir para problemas graves, cardíacos ou digestivos”, explica Vilma.
Transmissão
Atendimento na rede pública
Os pacientes que tiverem sintomas ou desconfiarem que foram picados pelo barbeiro devem buscar atendimento em uma unidade básica de saúde ou, se estiver com sintomas graves, procurar a emergência de um hospital. Feito o diagnóstico da doença, o paciente fará o tratamento com acompanhamento das equipes de saúde até o desfecho do caso. O hospital de referência no DF para o tratamento da doença de Chagas é o Hospital Universitário de Brasília (HuB). O exame de sangue é utilizado para diagnosticar a doença e é realizado pelo Sistema Único de Saúde, assim como a medicação é disponibilizada pela rede pública. Para facilitar a entrega dos insetos existem os Postos de Informação dos Triatomíneos, os PIT. Há 15 postos em área urbana e outros 67 em áreas rurais, inclusive escolas, postos de saúde e ou outras entidades públicas (lista ao final da matéria).
História
A doença de Chagas foi descoberta em 1.909 pelo brasileiro Carlos Chagas. Ela também é identificada pelo nome científico como americana. A organização Mundial da Saúde estima que haja de 12 a 14 milhões de infectados pela doença na América Latina. Há registro de pacientes infectados em outros continentes, em sua maioria que foram contaminados durante viagens.