08/03/2021 às 11h19

Mulheres heroínas enfrentam o coronavírus para salvar vidas

Conheça a história de três profissionais do HRC e como elas têm encarado a pandemia

JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF

 

 

O Dia Internacional da Mulher é celebrado nesta segunda-feira (8) e, neste ano, chama a atenção para todas as mulheres que são profissionais de saúde e estão há um ano trabalhando na linha de frente no combate à pandemia. São milhares de Heroínas da Saúde que fazem a diferença no dia a dia de pacientes e familiares salvando vidas e levando esperança de cura e dias melhores.

 

Renata de Almeida é médica intensivista e chefe da Unidade de Terapia Intensiva adulto do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ela relata que a rotina em uma UTI é sempre pesada física, intelectual e emocionalmente. No entanto, em tempos de Covid-19, segundo ela, isso é multiplicado por dez.

 

“Temos que estudar ainda mais, porque todo dia há atualizações e novos artigos científicos que trazem melhores formas de tratar os pacientes. Os plantões são desgastantes com muito mais EPIs, que geram mais peso, feridas e marcas na pele, esforço físico, é uma maratona diária”, destaca.

 

A médica afirma que emocionalmente é um desafio. Além disso, ainda existe o medo de ser o próximo ali naquelas camas, ou o medo de alguém da família estar ali. Sem contar que ainda é preciso lidar com as famílias que estão longe e não podem nem se despedir dos seus entes queridos. “É algo bem pesado. É preciso uma sensibilidade extra”.

 

A terapia favorita da médica são os seis cachorros que possui, que a ajudam a lidar com o estresse. Além disso, ela pratica atividade física cinco vezes na semana. Renata trabalha 64 horas semanais e vive com o marido e os pais. Ela sonha em ser mãe, mas avalia que ainda precisa priorizar sua saúde e afazeres domésticos para viver esse sonho de maneira saudável.

 

Um bom dia para alegrar

 

Outra profissional que lida diariamente com os pacientes internados no HRC é Dayane Alves de Araújo, ela é copeira e diz que entre os desafios de sua função está passar confiança ao paciente, dar o melhor atendimento e o auxiliar da melhor forma possível, com responsabilidade e compromisso com o trabalho.

 

“Tento encarar esses dias de Covid como dias difíceis, mas que não são eternos. Não é fácil, mas não podemos desanimar, porque tem pessoas que estão ali dentro esperando por nossa chegada, aguardando nosso bom dia, boa tarde, boa noite e a gente também, aguardando o sorriso de nos ver chegar, isso é satisfatório”, relata.

 

Além da rotina diária trabalhando dentro de um hospital, Dayane divide seu tempo com casa e família. Ela faz o possível para estar presente e dar atenção para a filha.

 

“Tento passar coisas boas e não levar um dia cansativo para casa, até porque as crianças estão sempre ansiosas pela nossa chegada. Agora, tudo mudou. Não tem mais aquele abraço apertado assim que chego, tem aquele processo de separar a roupa, higienizar-se, porque todo cuidado é pouco”, explica.

 

Dayane acredita que todas as mulheres envolvidas diretamente na linha de frente da pandemia são mulheres de fibra, fortes e que a todo tempo dão forças uma para outra. “Nossa rotina não é nada fácil, é cansativo, desgastante, mas não vale focar apenas nisso. Eu costumo falar que juntas somos mais fortes, a correria é grande, o tempo se torna pouco, mas Deus nos dá sabedoria e nos mantém fortes”.

 

Buscando estratégias

 

Ana Carolina Viana é fisioterapeuta e trabalha na UTI do HRC há dois anos. Ela conta que o cenário atual não tem sido de dias muito fáceis. Para ela, o maior desafio de sua profissão é garantir que o paciente saia da UTI com o máximo de funcionalidade possível.

 

Além de determinar o melhor tratamento para cada paciente, encontrar estratégias quando o tratamento inicial não tem uma boa resposta e não se deixar abalar tanto com os pacientes que falecem.

 

A fisioterapeuta conta que nunca esperou enfrentar algo dessa magnitude e que a Covid-19 toma proporções desastrosas para algumas pessoas, são justamente com elas que ela trabalha diariamente.

 

De acordo com Ana Carolina, é péssimo reconhecer que com alguns pacientes perde-se a batalha e que outros receberão alta com sequelas que não permitirão ter a mesma vida de antes.

 

“É desgastante desde a paramentação do dia a dia, as falhas de tratamento, ver os pacientes piorarem após a equipe fazer tudo que fosse possível e estivesse ao nosso alcance. Auxiliar a intubação de pessoas conscientes que não sabem se viverão após o procedimento é de cortar o coração”, afirma seu ponto de vista sobre a Covid-19.

 

Ana Carolina diz que como gosta muito do que faz, por vezes trabalha muito mais do que deveria e acaba por não dar tanta atenção à família. Ela não é casada e nem possui filhos, o que deixa seus compromissos familiares mais tranquilos.

  Homenagens   Numa data especial, muitas homenagens àquelas que representam 70,72% da força de trabalho da Secretaria de Saúde. O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, gravou um vídeo no qual destaca o trabalho das mulheres e as parabeniza pelo dia. veja:     No Hospital Regional do Gama, 400 rosas foram entregues, na manhã desta segunda-feira (8), para lembrar a importância das mulheres na rede hospitalar. Além das flores, músicas alegraram o ambiente e trouxeram conforto para elas e para os pacientes.    

No Hospital Regional do Guará, também houve entrega de rosas vermelhas para as mulheres guerreiras que atuam diariamente na unidade. Elas foram recebidas com música tocada por um saxofonista, participaram de palestra e posaram para fotos após um café da manhã oferecido a elas em um ambiente acolhedor.

    VEJA A GALERIA DE FOTOS:     SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS: