O trabalho árduo de quem enfrenta o coronavírus para salvar vidas
O trabalho árduo de quem enfrenta o coronavírus para salvar vidas
Fisioterapeuta conta a rotina de atender pacientes com Covid-19 na UTI do Hospital de SamambaiaColaborou Jurana Lopes
JOHNNY BRAGA, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF

Nem a rotina exaustiva dos plantões na UTI é capaz de vencer a força e o comprometimento dos Heróis da Saúde. Diariamente, eles enfrentam o novo coronavírus para salvar vidas e colaborar na recuperação dos pacientes internados. Um desses heróis é o fisioterapeuta João Paulo Ribeiro Costa, que atua há sete meses na UTI do Hospital Regional de Samambaia (HRSam). Ele conta como tem contribuído na assistência aos pacientes acometidos pela Covid-19 unindo seu trabalho ao dos colegas de outras áreas da saúde.
"Tenho trabalhado bastante, aproveitando as oportunidades e tenho feito muitos TPD's (trabalho por tempo definido - hora extra) pela rede pública", relata o profissional que não se arrepende em dedicar boa parte do seu tempo ao trabalho árduo. "O paciente em si é muito mais complexo do que os que já éramos acostumados, gerando um manejo muito mais difícil e necessitando de muito mais cuidado. Mas eu brinco com meus amigos quando digo que já tinha 6 anos de experiência antes da pandemia, e que esse período foi um preparo para este exato momento".
Antes de começar o trabalho no HRSam, João era servidor do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O fisioterapeuta tem buscado unir os conhecimentos já adquiridos em sua área de atuação com novos estudos e técnicas para o tratamento dos enfermos.
A Covid-19
A pandemia mudou a vida de todo o mundo. O profissional de saúde também foi um dos infectados pelo coronavírus. João Paulo foi diagnosticado com a doença no dia 27 de outubro de 2020 e conta que não perdeu nenhum parente próximo pela Covid-19. "Porém tenho um tio que ficou muito sequelado após passagem por uma UTI, e minha irmã precisou fazer ventilação não invasiva. Ele teve 50% de comprometimento pulmonar. Então eu considero que foram momentos tensos que vivemos em 2020".
Já vacinado com as duas doses da vacina contra a doença, assim como vários idosos do Distrito Federal que têm idade igual ou superior a 66 anos, o fisioterapeuta relata que o perfil dos pacientes internados nas UTIs tem mudado. "Estamos vendo pacientes jovens com idade entre 30 e 50 anos internados em estado muito grave. O grupo de risco claramente aumentou e, mesmo com a imunização a caminho, ainda deveremos ter muitas perdas, infelizmente", lamenta João Paulo que complementa: "não sou eu que digo isso, são projeções de especialistas".
Os cuidados com o vírus permanecem mesmo vacinado e enfrentando diariamente o vírus no trabalho e em casa. João Paulo afirma que respeita o isolamento social, que faz a limpeza dos equipamentos e sempre mantém o ambiente domiciliar arejado, deixando janelas e portas abertas para melhor circulação do ar.
O Herói da Saúde é grato pelo conhecimento adquirido com a profissão e se motiva diariamente com a missão de salvar vidas. "Sinto orgulho, sei do tamanho da missão e do perigo que corremos, mas procuro sempre me proteger e dar o meu melhor durante os plantões", finaliza.