29/05/2023 às 16h21

Plantas medicinais cultivadas para o cuidado e promoção da saúde

Rede pública do DF oferece hortos com mais de 100 espécies de plantas integradas ao tratamento dos pacientes. Evento, no próximo dia 31, aborda importância do tratamento fitoterápico

Karinne Viana, da Agência Saúde-DF

Utilizadas desde a pré-história para cuidar de ferimentos e doenças, as plantas medicinais são grandes aliadas na vida dos pacientes. A Secretaria de Saúde (SES) oferece alguns recursos terapêuticos para os usuários. As unidades das “Farmácias Vivas” – localizadas em Planaltina e no Riacho Fundo I – manipulam e ofertam medicamentos fitoterápicos.

Para debater a importância do tema e o cuidado com a saúde da população negra, a SES promove, no próximo dia 31, o 2º Circuito de Palestras sobre Atenção Integral à Saúde da População Negra no DF. O tema faz uma referência ao Dia Nacional da Planta Medicinal, comemorado no dia 21 de maio, e ao Dia da África, celebrado na próxima quinta-feira (25).

O evento será realizado das 8h às 17h, no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), e destina-se a trabalhadores, gestores e estudantes da área de saúde. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui, até o dia 26.

O médico e referência técnica distrital (RTD) de plantas medicinais da SES, Marcos Antônio Trajano Ferreira, que participará do encontro, ressalta a importância da ancestralidade no uso das ervas. "O ser humano se relaciona com as plantas medicinais desde os primórdios da humanidade. Quando falamos da formação do povo brasileiro, temos a chegada de etnias. Dentre elas estão "Jeje", "Bantu" e "Iorubá" que atracam no Brasil trazendo, dentre outras coisas, as plantas medicinais", explica.

 

Cultivo de plantas medicinais para distribuição nas “farmácias vivas”. Foto: Arquivo, da Agência Saúde-DF

Hortos Medicinais no DF

Os primeiros cultivos das plantas medicinais no sistema de saúde no DF começaram há 40 anos nos canteiros do Centro de Referência de Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina. Hoje, com mais de 100 espécies sendo cultivadas, a SES oferece quatro Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (HAMB), localizados na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte, na Casa de Parto, em São Sebastião, e nas “Farmácias Vivas” do Riacho Fundo I e Planaltina.

"Os hortos não apenas produzem plantas medicinais ou insumos farmacêuticos ativos, mas promovem uma relação de vínculo, convívio e cultura de paz dentro do contexto da agroecologia, da mudança climática e da epidemia de violência. São espaços seguros e sustentáveis para que as relações humanas possam existir", exemplifica Marcos Trajano.

Diversos profissionais, como médicos da família, nutricionistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, agentes comunitários, psicólogos e técnicos administrativos, trabalham nesses locais. De acordo com o médico, o cultivo de plantas medicinais não é restrito a nenhuma categoria em si, mas os profissionais da área farmacêutica são essenciais.

“É importante esclarecer o papel do farmacêutico tanto no contexto da garantia da qualidade dos fitoterápicos e das boas práticas de manipulação quanto dos profissionais que prescrevem e dão acesso de modo seguro a essas plantas”, enfatiza.

 

Unidade “Farmácias Vivas” Riacho Fundo I 

Produção de fitoterápicos

Além do cultivo de plantas com propriedades medicinais, há a produção de medicamentos fitoterápicos. A “Farmácia Viva” de Planaltina distribui os medicamentos para as UBSs da Região Norte e a do Riacho Fundo I envia para cerca de 25 UBSs em todo o DF. O objetivo não é substituir os medicamentos convencionais, mas complementar o tratamento de forma racional, ou seja, com segurança e eficácia.

Os pacientes da rede pública podem retirar os fitoterápicos nas farmácias das UBSs, mediante apresentação da prescrição, em duas vias e documento pessoal. Confira aqui a lista de unidades que oferecem o serviço.

Serviço
2º Circuito de Palestras sobre Atenção Integral à Saúde da População Negra no Distrito Federal
Data: 31 de maio (quarta-feira).