05/08/2019 às 16h56

População do DF deve atualizar cartão de vacina

De forma preventiva, Saúde quer aumentar o bloqueio contra o sarampoFábio Magalhães, Leandro Cipriano e Alline Martins, da Agência SaúdeFotos: Breno Esaki/Saúde-DF

  Moradores do Distrito Federal, que não tomaram todas as vacinas preconizadas pelo Sistema Único de Saúde, devem procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da sua residência para atualizar o cartão de vacina. A administração das doses é essencial para manter a população protegida contra diversas doenças, em especial o sarampo, cujo número de casos está crescente em diversos locais do país.   No Distrito Federal, não há registros de pessoas com sarampo - segundo exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública. Portanto, o panorama é de total controle. Por precaução, e com o objetivo de aumentar a quantidade de indivíduos protegidos, a pasta convoca a população a procurar a UBS para verificar se está imunizada ou não.   “Não é uma campanha. A vacina está disponível em todas as salas de vacina da rede pública do DF. Qualquer pessoa pode ir, com o cartão de vacinas ou não, para tomar a dose. O profissional de saúde vai avaliar a necessidade da dose. Porém, se a pessoa já tiver tomado a vacina, mas não sabe, e repetir, mal não fará”, explica a enfermeira da Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar da Secretaria de Saúde, Rosa Mossri.   As vacinas são grandes aliadas na defesa do organismo contra vírus e bactérias. No caso do sarampo, a dose necessária para prevenção é a da Tríplice Viral, que ainda protege contra caxumba e rubéola.   A cobertura vacinal de Tríplice Viral, no DF, de janeiro a junho, foi de 84,4%. A da Tetra viral, de 83%. Os últimos casos de sarampo, no DF, ocorreram em 1999. Nos anos de 2011, 2013 e 2018 foram confirmados casos importados, sendo um em cada ano.   Conforme levantamento realizado pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde, de janeiro julho de 2019 foram investigados cerca de 30 casos suspeitos de sarampo no DF, mas nenhum foi confirmado.   “Como temos notícia de casos em outras regiões, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, estamos fazendo um trabalho de prevenção. Estamos atuando a vigilância com os viajantes, com processo pedagógico nos aeroportos, hotéis, com material explicando sintomas e como proceder em caso de suspeita da doença”, explica o subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero.   SARAMPO – Trata-se de uma doença viral, extremamente contagiosa, transmitida pela fala, tosse e espirro. Ela se caracteriza, principalmente, por febre alta (acima de 38,5°C), exantema (manchas) generalizado, tosse, coriza e conjuntivite.   Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade e as complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade.   Em 2018, o Brasil perdeu o certificado de país livre da circulação do vírus do sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Atualmente, há vírus circulando em Roraima, Amazonas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro.   ESQUEMA VACINAL – De 1 a 29 anos: duas doses; de 30 a 49 anos: uma dose; maior de 50 anos: não vacinar; profissionais de Saúde: independentemente da idade, administrar duas doses, conforme a situação vacinal encontrada, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.   ATUALIZAÇÃO – Na dúvida sobre qual vacina foi administrada, ao analisar a caderneta de vacinação (Dupla Viral, Tríplice Viral, Tetra Viral ou Sarampo Monovalente), pela impossibilidade de decifrar a dose administrada ou pela falta de registro da dose administrada: administrar dose de tríplice viral conforme a idade do indivíduo.   Em muitos casos, especialmente de cadernetas de vacinação da década de 90, aparece o registro da dose no campo "contra sarampo", sem a especificação de qual vacina foi administrada. Nestes casos, em que não há certeza de que foi administrada a vacina tríplice viral ou a tetra viral, administrar a tríplice viral, conforme a idade do indivíduo.   Em 1992, foi realizada uma campanha de vacinação contra sarampo, com a vacina Sarampo Monovalente. Esta dose não deve ser considerada, nem substitui a tríplice viral, caso em que se deve administrar a dose da tríplice viral, conforme a idade do indivíduo.   Em 2008, foi realizada uma grande campanha de vacinação com a vacina Dupla Viral (sarampo e rubéola). Esta dose não pode ser considerada como dose da vacina tríplice viral. Portanto, se o indivíduo até 29 anos tiver uma dose de dupla viral e uma dose de tríplice viral, administrar uma dose de Tríplice Viral. No indivíduo de 30 a 49 anos que só tiver registro da dupla viral, administrar uma dose de Tríplice Viral.