Primeiro encontro entre Capsi discute saúde mental de crianças e adolescentes
Primeiro encontro entre Capsi discute saúde mental de crianças e adolescentes
Profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil buscam fortalecer rede e compartilhar experiências
Karinne Viana, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
Nesta terça-feira (21), o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) de Taguatinga realizou o primeiro encontro inter-Capsi. O objetivo é fortalecer a rede e promover a troca de experiências. Durante todo o dia, o evento reuniu cerca de cem profissionais responsáveis pelos atendimentos das quatro unidades do Distrito Federal e do Caps I de Brazlândia, incluindo médicos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogo, enfermeiros, técnicos de enfermagem, entre outros.
"A saúde mental vem sendo cada vez mais vista e valorizada, o que é positivo. Ao mesmo tempo, precisamos nos fortalecer enquanto equipe, nos capacitar cada vez mais, pois a demanda tem aumentado, especialmente após a pandemia", avalia a gerente do Capsi Taguatinga, Kelly Cristina Silva.

Um dos destaques do encontro foi a presença da terapeuta ocupacional Juliana Araújo - co-fundadora do primeiro Capsi, em Brasilândia (SP). Ela compartilhou os desafios enfrentados até a fundação da unidade em 2009 e as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, como o atendimento em um território de 550 mil pessoas na época, passou para mais de um milhão.
O cronograma incluiu ainda apresentação de equipes dos Capsi da Asa Norte, Recanto das Emas, Sobradinho, Taguatinga e do Caps I de Brazlândia. Além disso, os participantes presenciaram uma mesa redonda voltada à elaboração de processos e propostas de trabalhos conjuntos. A ideia é que seja feito um formulário que promova o intercâmbio entre os profissionais. "Vamos organizar uma planilha, na qual os servidores possam conhecer e vivenciar a rotina dos Capsi de outras regionais durante um período determinado", explica a supervisora institucional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, Tânia Inessa Resende.

Pediatra no Capsi do Recanto das Emas, Alexandre Barbosa esteve no evento e apoia o fortalecimento da rede: "Existem particularidades que cada regional adota. Nesse sentido, a troca oportuniza o entendimento daquilo que o outro está fazendo, a replicação do que deu certo e a correção do que pode ser melhorado. Acho importante aproximar os profissionais e ampliar a comunicação entre todos nós.”
Serviço
O Capsi é parte integrante da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento é focado no cuidado de crianças e adolescentes com idades entre 3 e 18 anos incompletos, que apresentem intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles associados ao uso de substâncias psicoativas. Também são acolhidos pacientes infantojuvenis com outras condições clínicas que dificultam ou impedem a formação de laços sociais e a realização de projetos de vida.
Os centros são espaços de referência e de cuidado, cujos principais objetivos são garantir o exercício da cidadania e a inclusão social de usuários, familiares e/ou responsáveis, trabalhar sua integração e promover maior autonomia e qualidade de vida. Cada usuário possui atenção integral e contínua, com acesso a um projeto terapêutico de cuidados que envolve outras instituições da comunidade como escola, conselho tutelar, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), atenção básica de saúde etc.
É um serviço de caráter aberto, comunitário e com equipe multiprofissional e abordagem interdisciplinar. O acesso pode ocorrer de maneira espontânea ou por encaminhamento de outras unidades de saúde.