14/04/2022 às 17h39

Região Centro-Sul realiza etapa regional da 3º Conferência Distrital de Saúde Mental

Evento debateu melhorias nos serviços de saúde mental prestados na região

DA AGÊNCIA SAÚDE DF

 

 

Nesta quarta-feira (13), ocorreu mais uma etapa regional da 3º Conferência Distrital de Saúde Mental. Desta vez, integrantes da região Centro-Sul debateram com a população sobre as possíveis melhorias a serem implementadas na assistência aos pacientes que buscam atendimento de saúde mental. O evento ocorreu no Clube da Saúde, das 8h às 17h, e contou com aproximadamente 200 pessoas.

 

“Esse é o momento que os usuários dos serviços têm para trazer suas demandas. A reivindicação dos conferencistas é a construção de Caps em cada RA e políticas públicas de melhor acessibilidade aos cuidados com saúde mental”, destacou a superintendente da região de Saúde Centro-Sul, Flávia Oliveira Costa.

 

Atualmente há dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na região Centro-Sul, um localizado no Guará e outro no Riacho Fundo II, incluindo uma Policlínica com atendimentos voltados para saúde mental e uma “Casa de Passagem” destinada a pacientes com problemas psiquiátricos graves e sem vínculo familiar. Devido à pandemia, atividades e alguns serviços que haviam sido suspensos já foram retomadas, como é o caso das oficinas em grupo.

 

“São mais de 10 anos sem haver uma conferência de saúde mental. Está todo mundo muito entusiasmado, principalmente porque a etapa regional nos permite discutir coisas válidas para a realidade da região. A busca pelos serviços de saúde mental está cada vez maior pós-pandemia, porque o adoecimento foi geral, tanto da população quanto dos profissionais que cuidam dos doentes”, explicou o diretor de Atenção Secundária da região Centro-Sul, Thiago Braga.

 

 

A Diretora de Serviços de Saúde Mental, Vanessa Soublin, destaca a organização da mobilização social na região. “Na Centro-Sul temos a participação ativa dos frequentadores dos serviços de Saúde Mental que fizeram falas importantes, trazendo pautas e demandas relevantes para todos os usuários”, afirma.

 

Bastante ativo nos debates, José Alves Ribeiro, 57 anos, presidente do Clube dos Amigos da Saúde Mental do DF em Ação, avalia que em momentos como o da conferência, os usuários dos serviços se sentem ouvidos e que é a oportunidade para uma união em prol da proposição de melhorias. “Cada um que participa deste momento deve trazer propostas para construir coisas importantes e que a gente consiga ver resultados no futuro”, indica.

 

Dentre as demandas debatidas na conferência, foi solicitada a construção de um CAPS em cada região administrativa para melhor atender as pessoas com vulnerabilidade social. Rosiene Santos, 48 anos, é moradora da Estrutural e vai duas vezes na semana ao CAPS do Riacho Fundo II acompanhar o filho, que faz tratamento há cerca de três meses.

 

“A gente faz um esforço e vem, porque meu filho tem depressão e teve um surto, chegou a ficar internado. No CAPS do Riacho Fundo II ele está sendo acolhido muito bem, adora as terapias e os grupos. Está melhor agora. Passamos o dia todo lá. Inclusive, eu participo do Clube da Mulher quando ele está em algumas terapias. É um refúgio para mim e para ele”, afirmou.

 

Para Rosiene, discutir a saúde mental é de extrema importância, pois só quem convive com pessoas com problemas psiquiátricos sabe da dificuldade enfrentada no dia a dia. Ela defende ser uma luta que deve ter a união de todos, em prol de benefícios para melhorias dos serviços prestados à sociedade.

 

O presidente do Instituto Barba na Rua, Rogério Braba, esteve presente na mesa de abertura da conferência e reforçou que debates como esses fortalecem as propostas para trabalhar melhor a saúde mental da população e políticas públicas principalmente voltadas a quem está em situação de rua.

 

“Quem está na rua com certeza está com a saúde mental abalada, e se não estiver, ficará. Muitos desses moradores não conseguem acessar os serviços pela falta de endereço fixo. Por isso, seria interessante ter um consultório de saúde mental volante, voltado somente para atendimentos psiquiátricos e psicológicos”, defendeu.

 

Joana de Jesus de Oliveira é conselheira de Saúde do Guará e enfatizou que é fundamental debater a saúde mental e melhorias dos serviços. “Todo mundo enfrenta adversidades na vida que podem resultar numa depressão, ansiedade ou algum tipo de transtorno”, avaliou.

 

“A conferência da Região Centro-Sul, terceira conferência regional em nosso calendário, foi um sucesso. A dedicação da comissão organizadora local e o compromisso de todos os participantes, em debater e construir propostas de qualidade, foram fundamentais para alcançar o objetivo final de compor propostas, moções e eleger os delegados da região Centro-Sul para a etapa distrital”, finalizou a coordenadora da conferência distrital, Jeovânia Rodrigues.