15/10/2012 às 19h55

Reumatologia atende quase 40 mil pacientes por ano

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal atendeu 37.876 pacientes na especialidade de reumatologia em 2011. Estima-se que as doenças reumáticas acometam 10% da população geral. O Programa de Atenção Integral aos pacientes com doenças reumatológicas, aprovado pelo Conselho de Saúde do DF, está sendo implantado na rede pública com o intuito de melhorar o serviço.

As doenças reumáticas formam um grupo de mais de 100 enfermidades que comprometem ossos, cartilagens, articulações e músculo e a maioria apresenta como sintoma inicial dor e inflamação nas articulações – porém com evolução clínica e sequelas distintas. Por conta disso, relata a coordenadora de Reumatologia da SES-DF, Ana Patrícia de Paula, quase todas são diagnosticadas tardiamente.

A SES disponibiliza o atendimento ambulatorial por reumatologistas no Hospital de Base, hospitais regionais da Asa Norte, Asa Sul, Taguatinga, Sobradinho, Paranoá, Santa Maria e mais recentemente em Ceilândia. Quando há necessidade de internação hospitalar, os pacientes são encaminhados para o HBDF, que também oferece Programa de Residência em Reumatologia.

Em 2011, a reumatologia da SES-DF foi responsável pelo atendimento de 37.876 pessoas enquanto o Hospital Universitário (HUB) atendeu 7.511 pacientes. De acordo com a coordenadora, atualmente há uma demanda reprimida de 4.614 pacientes na fila de espera na Central de Regulação. Esses pacientes estão sendo avaliados pelos reumatologistas da SES-DF com o intuito de identificar quais devem ser vistos prioritariamente nos ambulatórios de reumatologia e encaminhar aqueles cujo tratamento deverá ser feito por clínico ou médico de família.

Entre os principais objetivos do Programa de Atenção Integral aos Pacientes com Doenças Reumatológicas estão a promoção de curso de educação continuada para os clínicos gerais e médicos de família da SES sobre as doenças reumatológicas; o estabelecimento de casos que devem ser encaminhados prioritariamente para consulta com o reumatologista, a definição de quais doenças devem ficar para cuidado na atenção básica e garantir consultas com reumatológistas para respostas a pareceres dos clínicos gerais e médicos de família.

Tratamento especializado

A coordenadora da Reumatologia informa que algumas doenças, devido a sua prevalência e características clínicas, são tratadas por clínicos gerais e apenas quando há indicação são encaminhadas ao reumatologista, especialmente a fibromialgia e a osteoartrite.

Segundo Ana Patrícia de Paula, existem evidências comprovando que doenças como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide devem ser acompanhadas por reumatologista. “Estudos apontam para melhor prognóstico dos pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, acompanhados por reumatologista e uma melhor relação custo-efetividade com redução significativa dos gastos com estes pacientes”, aponta. Existem patologias como osteoporose, tendinites, lombalgias que são também acompanhadas por áreas como a endocrinologia, ortopedia e geriatria por exemplo.

A atenção integral ao paciente, segundo a coordenadora, engloba a consulta médica, a realização dos exames solicitados, o recebimento dos medicamentos previstos pela Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e portarias ministeriais ou distritais, avaliação da fisioterapia e da terapia ocupacional com o fornecimento de órteses quando indicado, além da realização de cirurgias ortopédicas se houver necessidade.

Celi Gomes