14/03/2024 às 18h15

Saúde se reúne com diretores de hospitais privados para alinhar protocolo de atendimento a pacientes com dengue

Em reunião nesta quarta-feira(13), pasta mostra que doença apresenta um comportamento inédito

Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Marcelo Santos

O Governo do Distrito Federal (GDF), junto com a Secretaria de Saúde (SES-DF), se reuniu com diretores de hospitais privados, nesta quarta-feira(13), para alertar sobre a importância da união entre entidades públicas e privadas no combate à dengue, principalmente em relação ao protocolo de atendimento.

Em reunião, o GDF e a SES-DF reforçam a importância do trabalho conjunto com hospitais privados. Esse trabalho inclui o compartilhamento de ideias, experiências e soluções. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Durante o encontro, representantes do Ministério da Saúde (MS) apontaram quais os procedimentos necessários para otimização do atendimento e entregaram um material destinado a colaborar com o devido acolhimento dos pacientes com suspeita da doença.

No encontro, a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, destacou que o trabalho conjunto entre rede pública e privada - que vai além da notificação e ampliação do acesso - é fundamental, pois o objetivo é salvar vidas. "A rede do SUS [Sistema Unico de Saúde] é responsável pelo cuidado de 70% da população e a rede suplementar, 30%. Por isso, precisamos estar todos unidos e trabalhar juntos de forma protocolar com os normativos do Ministério da Saúde com o objetivo de salvar essas vidas", assinalou.

A vice-governadora do DF, Celina Leão, reforçou que a união entre as entidades tem o intuito de compartilhamento de experiências, ideias e soluções, pois o cenário atual é diferente do que já foi presenciado na região. A dengue neste ano, conforme ressaltou a governante, apresentou um comportamento diferente, pois se agrava de forma acelerada.

"O SUS compactua com as milhares de pessoas que não têm nada e contam conosco. Mas, em tempo de epidemia, não há diferença, somos todos um só, por isso, precisamos alinhar nossas estratégias", alertou.

Representantes de cada hospital privado receberam um kit com materiais que colaboram para o acolhimento e atendimento de pacientes com suspeita de dengue. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Protocolos para toda rede

Na reunião, cada representante de hospital privado recebeu um kit com material, para colaborar no acolhimento e assistência. Foram entregues o fluxograma com a classificação e estadiamento de risco da doença em quatro grupos; o formulário de atendimento de pacientes com dengue; o cartão dengue e o informativo dos níveis da doença para o momento do acolhimento.

O coordenador geral de urgências do ministério, Felipe Reque, ressaltou o cenário atípico da doença neste ano, com o surgimento de casos em locais onde não existiam. "Apesar de ser uma doença antiga, as características dela e o impacto precisam ser sempre atualizados e é preciso atentar para algumas questões assistenciais", reforçou.

A consultora no combate à dengue do MS, a cirurgiã Lúcia Silveira, fez uma breve palestra sobre os principais pontos que os gestores precisam se atentar, como a insuficiência do protocolo de Manchester para análise do agravamento da doença - por isso, a sugestão do fluxograma em quatro grupos entregue a cada representante. "Se a gente atuar nas falhas iniciais conseguiremos impedir a evolução para um quadro mais grave", alertou.

Atendimentos no DF

No Distrito Federal, até março, os últimos dados apontam 169.411 pacientes atendidos com dengue e 293.171 atendimentos realizados. O número alto de atendimento é devido ao fato de que pacientes podem retornar mais de uma vez ao sistema de saúde para assistência. Dos atendimentos, 38.179 foram de crianças até 14 anos e 45.589 idosos acima de 60 anos.

No Distrito Federal, até março, os últimos dados indicam que 169.411 pacientes foram atendidos por dengue e 293.171 atendimentos para a doença foram realizados. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF