Saúde comemora aniversário do Hospital da Criança de Brasília
Saúde comemora aniversário do Hospital da Criança de Brasília
200 novos casos de câncer são registrados por ano no Distrito Federal
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) comemorou um ano de funcionamento nesta sexta-feira (23) e o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil. A equipe do HCB festejou os bons resultados alcançados neste primeiro ano, quando foram realizados 257 mil atendimentos.
A festa de aniversário contou com a participação especial do Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, com o Maestro Cláudio Cohen, que tocou o Hino Nacional.
O diretor-executivo do HCB, Renilson Rehen, lembrou que antes da inauguração do HCB crianças com câncer eram tratadas no Hospital de Apoio apenas de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, elas eram transferidas para o Hospital de Base, que não oferecia estrutura para tratar patologias pediátricas. A construção do HCB mudou essa realidade. "Hoje funcionamos todos os dias e conseguimos suprir a demanda reprimida no sistema público de saúde com a realização de mais de 5 mil consultas mensais. Temos uma ótima avaliação dos usuários, próxima de 90% de aprovação. Além disso, o hospital tem 100% do atendimento realizado por meio Sistema Único de Saúde". “O resultado está nas parcerias. Em outubro de 2011 tinhamos 2.288 produção de consultas médicas e um ano depois chegamos a 5.646 consultas. Uma grande vitória”.
O secretário adjunto de saúde, Elias Fernando Miziara se emocionou ao contar todo o processo de construção do hospital e observou que o hospital é mais um resultado positivo da saúde. “Temos que avaliar os resultados positivos, pois fazendo todo o esforço para atender a população do Distrito Federal. E somente com a parceria vamos chegar a um bom termo”.
O governador Agnelo Queiroz lembrou que não foi fácil construir o hospital e ressaltou a importância da unidade para as crianças do DF. “Mesmo com tanta dificuldade hoje podemos oferecer um atendimento digno as nossas crianças, principalmente as crianças com câncer. Com isso, temos uma grande vitória e somos referência nesse tipo de atendimento no país. Nosso sonho é esse querer que toda rede pública tenha uma melhor assistência de saúde para a população no geral, principalmente para as crianças”.
Câncer Infantil no DF
O Dia Nacional do Combate ao Câncer Infantil – 23 de novembro – é uma data para alertar a população sobre os riscos dessa doença, que atinge 200 crianças por ano no Distrito Federal. O tratamento destes casos é feito no Hospital da Criança de Brasília, que já realizou 257 mil atendimentos, incluindo 148 mil exames laboratoriais, aproximadamente 53 mil consultas, mais de seis mil seções de quimioterapia e mais de duas mil transfusões.
Antes da inauguração do Hospital da Criança, os casos de câncer infantil eram tratados na área pediátrica do Hospital de Base e no Hospital de Apoio. Desde novembro do ano passado o HCB atende crianças de 0 a 18 anos.
De acordo com a oncologista pediátrica Isis Magalhães, o câncer em crianças evolui mais rápido e é sistêmico, ataca outros órgãos do corpo com facilidade, mas nos pequenos a resposta ao tratamento é bem mais rápida do que em adultos.
A oncologista explica que é conhecido como câncer infantil um grupo de doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tipos mais comuns são os que atacam as vias sanguíneas, linfomas e leucemias, que acometem 43% das crianças. “Esses tipos mostraram maior evolução de tratamento, cerca de 70 % a 80% de cura”, diz Isis Magalhães.
“A doença não tem medidas preventivas e não se sabe o que pode desencadeá-la. Temos que saber como diagnosticar quando acontece”, aponta Isis. Ainda de acordo com a especialista, quanto antes começar o tratamento melhor para a criança e já que o tratamento do câncer começa com um diagnóstico, há necessidade de capacitar pediatras para que eles possam suspeitar da doença com antecedência.
O tratamento é realizado em três modalidades principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia. Também são utilizados protocolos de poliquimioterapia, que é a manipulação de medicamentos durante o tratamento feito por dois anos. “A rede pública de saúde dispõe dos medicamentos para o tratamento. A quimioterapia destrói as células malignas, mas também ataca as normais. Então temos que realizar o tratamento de suporte”, diz Isis Magalhães.
A doença deixa o paciente vulnerável à infecções e complicações, o que gera a maior parte das mortes. “A equipe tem que estar preparada para qualquer complicação que o paciente possa ter”, diz Isis. Durante o processo também podem ser realizadas cirurgias para retirada de tumores, que exigem cirurgiões pediatras especializados em oncologia clinica.
Por ano 200 casos novos de câncer infantil são registrados pela Secretaria de Saúde no Distrito Federal. Para dar assistência ao pacientes é disponibilizada a partir da primeira consulta de diagnostico uma equipe multidisciplinar, que conta com psicólogos, fisioterapeutas, odontólogos e fonoaudiólogos que apoiam tanto o portador da doença, como seus familiares.
“A meta dos médicos é diminuir o tempo de internação dos pacientes mesmo que para isso as consultas tenham que ser diárias”, acrescenta Isis. Dependendo da fase de tratamento que o paciente se encontra são realizadas de três a cinco consultas semanais. Só em outubro foram realizadas 1.036 consultas no Hospital da Criança.
A especialista destaca, ainda, que graças aos avanços tecnológicos, crianças com câncer conseguem levar vida normal ao fim do tratamento. O monitoramento da doença é feito por cinco anos, após o término do tratamento.