Saúde vacina indígenas do Santuário dos Pajés
08/05/2019 às 13h49
Saúde vacina indígenas do Santuário dos Pajés
Equipe de Saúde da Família acompanha, frequentemente, a população localLeandro Cipriano, da Agência SaúdeFotos: Breno Esaki/Saúde-DF

Setenta e oito indígenas moradores do Santuário dos Pajés, localizado no Setor Noroeste, foram vacinados, nesta quarta-feira (8), contra o vírus Influenza. A iniciativa foi da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), da Unidade Básica de Saúde (UBS) 2, da Asa Norte. Entre os imunizados estavam crianças, jovens, adultos e idosos das etnias Guajajara, Kariri-Xocó, Tuxá, Borolo, Apixana e Fulni-ô. Os moradores também foram beneficiados com serviços voltados, em sua maioria, à saúde da mulher e da criança, como consultas de pré-natal e de nutrição. Uma das atendidas foi Marivane Lopes, 19 anos, da aldeia Teko Haw, onde ficam os Guajajara. Ela foi vacinada e aproveitou a oportunidade para levar seu filho Haru, de quatro meses, para se consultar com o médico de família e comunidade. “O médico receitou um antibiótico para ele, e ajudou. Como há uma dificuldade de transporte da aldeia até o posto, e muitos aqui não falam português direito, é muito bom para nós o fato de eles virem até aqui”, elogiou. Quem também aprova a iniciativa é o cacique Francisco Filho Guajajara, que foi um dos vacinados. De acordo com ele, cerca de 180 pessoas vivem somente na aldeia Teko Haw, mas como a população é flutuante, são necessárias novas visitas em outros horários. “É muito bem-vinda a chegada da vacinação. Como há pessoas aqui que não têm condições de pagar por um médico particular, ações como essa são muito importantes”. A expectativa é de que os profissionais de saúde da equipe da UBS 2 da Asa Norte voltem ao Santuário dos Pajés na próxima quarta-feira (15). As ações continuarão ao longo da Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza, que vai até 31 de maio.
VOLTA PARA CASA – Um dos que acompanharam a vacinação foi o diretor do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Josinaldo Cruz, representando a Superintendência da Região de Saúde Central. Para ele, que foi o primeiro médico indígena formado na Universidade de Brasília (UnB), a ação representa uma volta para casa. “Agora, depois de formado, estou me sentindo como se estivesse voltando para casa, de certa forma. Apesar do meu povo ser de Pernambuco, da etnia Atikun, nos consideramos como parentes. É uma sensação ímpar, e uma forma de mostrar que o governo está presente em todos os locais”, contou.
PARCERIA – Na ação, estudantes da Universidade de Brasília (UnB), de vários cursos, como Psicologia, Enfermagem e Serviço Social, também acompanharam as medidas de atenção à saúde junto à população indígena do Santuário dos Pajés. A participação deles é fruto de uma parceria firmada entre a Diretoria de Atenção Primária (Diraps) da Região de Saúde Central com a universidade. “Essa ação junto com a UnB acaba auxiliando na formação de profissionais com um olhar diferenciado, pois a saúde pública não pode ser vista com um único olhar. É preciso levar em consideração os aspectos mais específicos da população indígena, e com essa parceria, isso ajuda muito”, explica a diretora de Atenção Primária da Região Central, Fernanda Ramos.