Secretaria de Saúde do Distrito Federal

A garota da foto que ilustra essa reportagem é a Kamilla Viana. A jovem, de 20 anos e muitas histórias para contar, é moradora do Núcleo Rural Rajadinha II, em Planaltina, e recebe assistência em casa por meio do Serviço de Atendimento Domiciliar de Alta Complexidade (SAD-AC), da Secretaria de Saúde.

Kamilla tinha uma vida comum até os 11 anos. Corria, jogava bola, como toda criança. “Era super arteira e sapeca”, conta a irmã, Kaline Viana, 40 anos. Certo dia, a jovem começou a sentir dores nas pernas. Os incômodos continuaram e, aos 15, veio o diagnóstico de distrofia muscular de cinturas, doença com atrofia progressiva dos músculos.

A jovem, então, passou a receber tratamento no Hospital da Criança de Brasília (HCB) até que, em maio de 2019, foi contemplada pelo serviço de atendimento domiciliar, também conhecido como home care. A assistência em domicílio da Secretaria de Saúde é indicada para pessoas em grau de vulnerabilidade quando a atenção em casa é considerada a melhor alternativa, que é o caso da Kamilla.

Através do home care, Kamilla pode ser atendida e ao mesmo tempo ficar ao lado da família. Foto: Tony Winston - Agência Saúde-DF

O serviço é realizado por empresa contratada pela SES. Atualmente, o SAD-AC contempla 94 pessoas no DF que, como Kamilla, precisam de equipamentos como ventilação mecânica, nebulizador, oxímetro, aspirador, estimulador de tosse, entre outros. Kamilla é assistida 24 horas por quatro enfermeiros que se revezam. Além disso, a garota recebe visitas de terapeuta organizacional e psicólogo às terças e quintas-feiras, fisioterapeuta toda semana e nutricionista a cada 15 dias.

“Desde que eu tive alta do Hospital da Criança, recebo muito apoio. Eles não deixam faltar nada, sempre dispostos a ajudar”, conta Kamilla. “O home care, para nós, foi de uma ajuda absurda. Nós fizemos festa quando fomos contemplados. Quando algum aparelho quebra, eles sempre mandam rápido”, completa a irmã, Kaline. É ela quem cuida da jovem. As irmãs perderam a mãe aos 7 anos, o pai, aos 15, e a avó, aos 16. “Foi quando ela veio morar comigo. Eu falei: ‘Milla, agora você vem ser minha filha, porque nossa base maior se foi’”, relembra.

E assim, através do home care, Kamilla pode ser atendida e ao mesmo tempo ficar próxima da família. A jovem passa o tempo livre vendo filmes, séries e ouvindo música. Gosta de ouvir AC/DC e Nirvana. “Meu pai sempre gostou de rock, acho que peguei isso dele”, relembra. Outro hobby da jovem é desenhar. “Sou apaixonada. É um estímulo que me deixa feliz, alegre.”

Música, filmes e séries são os passatempos de Kamilla. Foto: Tony Winston - Agência Saúde-DF

A analista da Gerência de Serviços de Atenção Domiciliar (Gesad), Ana Paula Oliveira, explica que são atendidas pessoas cujo quadro clínico não necessariamente vai melhorar estando em um hospital. “Possibilita que o paciente fique no ambiente familiar, da maneira mais acolhedora", diz. Para ter acesso ao SAD-AC, o familiar ou responsável pelo paciente deve entrar em contato com o Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (NRAD) da Regional de Saúde onde mora.

Prioridade

A Neoenergia Brasília, em união com a SES, dá prioridade no atendimento a pacientes em home care. Portanto, quem usa aparelhos médicos que precisam de energia elétrica tem atenção diferenciada quando ocorre alguma interrupção momentânea no fornecimento.

No caso de haver desligamento programado, a família do paciente em home care recebe um aviso personalizado, seja por meio de carta, e-mail ou outro canal de comunicação da companhia, com antecedência mínima de cinco dias úteis, informando a data e a hora da interrupção. Para isso, o cliente precisa fazer um cadastro junto à Neoenergia informando dados pessoais e qual sua condição especial.

Com o cadastro preenchido, as informações devem ser confirmadas pelo médico responsável pelo acompanhamento do paciente. A concessionária avalia o pedido e retorna com posicionamento, em até 15 dias.