07/08/2025 às 18h09

SES-DF capacita profissionais da saúde sobre fatores de risco para violência doméstica e feminicídio

No Agosto Lilás, a Secretaria reforça a importância da data como um convite para qualificação cada vez maior do cuidado às vítimas e promoção de iniciativas de conscientização e educação

Agência Saúde DF

A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) inicia em agosto, mês de enfrentamento à violência contra a mulher, uma série de capacitações sobre a Linha de Cuidado para a Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual Doméstica e Familiar. O objetivo é capacitar os profissionais de saúde sobre a importância da prevenção da violência doméstica. A pasta lançou ainda um folder que os orienta a reconhecer os sinais e fatores de risco para violência e feminicídio.

“Reconhecer os fatores de risco para o escalonamento da violência doméstica é fundamental para salvar vidas. Os principais sinais de alerta que estão inclusos no documento incluem ameaças de morte, tentativas de estrangulamento, fácil uso ou acesso a armas de fogo pelo agressor, ciúmes excessivos, controle rígido das ações da mulher, isolamento social, aumento da intensidade da violência, separação recente e uso abusivo de álcool ou drogas pelo agressor”, destaca a assistente social da SES-DF, Elizabeth Maulaz. 

“A identificação desses fatores deve mobilizar a rede de saúde para uma resposta rápida e integrada, reforçando que violência contra a mulher é uma responsabilidade coletiva e não pode ser naturalizada”, acrescenta. As denúncias podem ser feitas por meio da Central de Atendimento à Mulher, no telefone 180.
 

Para atender mulheres vítimas de violência, a SES-DF conta ainda com os Centros de Especialidade Para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav), mais conhecidos como a "Rede de flores". Foto: Agência Saúde DF

Rede de Flores
Nesta quinta-feira (7), a Lei Maria da Penha completa 19 anos. Para atender mulheres vítimas de violência, a SES-DF conta com uma rede de atendimento como os Centros de Especialidade Para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav), mais conhecidos como a "Rede de Flores". Nas sete regiões de Saúde do DF, cada uma das 17 unidades de Cepav espalhadas possui equipes preparadas para um atendimento especializado e acolhedor.

O Cepav Violeta, por exemplo, localizado no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), presta cerca de 150 atendimentos ao mês, com mais de 20 acolhimentos por semana. Além dos serviços de urgência e emergência, a unidade oferece atendimento psicossocial às vítimas. O principal público desse serviço no Hmib é composto por mulheres adultas cisgênero e trans, além de crianças. O atendimento é feito por demanda espontânea, de segunda a sexta-feira, no horário comercial.

A psicóloga do Cepav Violeta, Marcela Novais Medeiros, ressalta que a decisão de buscar auxílio é um ato de coragem. “A violência doméstica intrafamiliar envolve vários tipos de violência que tendem a escalonar. Quanto mais cedo identificar, maior a possibilidade de interromper esse ciclo. Os responsáveis também precisam estar atentos a mudanças repentinas, se a criança fica muito retraída, irritada ou às vezes evita uma determinada pessoa. É preciso dialogar com essa criança para entender o que se passa”, alerta.

Nos Cepavs, as vítimas são acolhidas por uma equipe especializada e é definido um plano de cuidado para a recuperação dos impactos da violência na saúde. A equipe também realiza a notificação e os encaminhamentos para a Rede de Proteção.

A pasta trabalha ainda com o Formulário Nacional de Avaliação de Risco, instrumento utilizado para avaliar o risco de violência doméstica e familiar contra mulheres. Este formulário é adaptado ao contexto do Distrito Federal para auxiliar na identificação de situações de risco e promover intervenções para a proteção das vítimas.


Saúde mental
A violência também afeta a saúde mental da mulher. No Distrito Federal, quem enfrenta algum quadro de sofrimento psíquico pode buscar ajuda em uma rede integrada e articulada de serviços que vão da Atenção Básica ao tratamento especializado. A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da SES-DF se destina a pacientes de todas as idades e todos os níveis de gravidade, em situações de acompanhamento terapêutico ou mesmo crises psicóticas. A rede possui profissionais das mais diversas especialidades, preparados para atender várias ocasiões possíveis.

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são a porta de entrada preferencial para os serviços ofertados pela SES-DF, incluindo a atenção em saúde mental. Para casos de menor complexidade, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) pode acessar uma das 176 UBSs espalhadas por todo o DF. Cada UBS é responsável pela assistência a uma população definida, e você pode conferir aqui qual a sua UBS de referência.

Clique aqui e saiba mais sobre o atendimento às pessoas em situação de violência.