11/11/2014 às 17h51

Todos os bancos de leite do DF recebem credenciamento ouro

O reconhecimento foi entregue nesta terça-feira (11) em cerimônia na Secretaria de Saúde e contempla unidades da rede pública e particular

BRASÍLIA (11/11/14) – Todos os 14 bancos de leite humano (BLHs) em funcionamento no DF receberam, nesta terça-feira (11) o credenciamento padrão ouro da Rede Iberoamericana de Banco de Leite Humano. Esse total inclui os dez BLHs da rede da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), mais os três da rede particular (Anchieta, Maternidade Hospital Brasília e Santa Lúcia), além do Hospital Universitário de Brasília (HUB).


A secretária adjunta de Saúde do DF, Cristiane de Aguiar, parabenizou os servidores e agradeceu ao Ministério da Saúde, pelo reconhecimento, e ao Corpo de Bombeiros, que dá o apoio logístico da coleta. Ela teve motivos pessoais para comemorar, porque já recorreu a BLHs locais.


"Estar aqui é uma gratidão não só como gestora, mas como mãe, que também utilizou os serviços [de banco de leite] da Secretaria de Saúde. Brasília se tornou a capital do leite materno. Saber que é a única unidade da federação que consegue oferecer leite materno em todos nossos hospitais, em todas as neonatologias, é uma honra. Temos que continuar levantando essa bandeira".


Representando a Coordenação geral de saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, a coordenadora de Aleitamento Materno da pasta, Fernanda Monteiro, destacou a importância da proximidade do Ministério da Saúde com a SES-DF e ressaltou o trabalho local de autossuficiência dos bancos de leite. "O Distrito Federal é destaque para o país inteiro".


O credenciamento de Bancos de Leite Humano é uma ação integrada da Coordenação Geral da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, com a Fundação Oswaldo Cruz, sob a coordenação do Centro de Referência Nacional da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano (CNRBLH).


O objetivo do Credenciamento é verificar o grau de conformidade que o Banco de Leite Humano atinge na operação do Sistema de Informação da RBLH-Br.


A distinção dos bancos de leite locais é o reflexo de uma política distrital que sempre incentivou a amamentação e a doação. No DF, existe legislação específica desde 1993, que foi atualizada este ano. Todas as maternidades do Distrito Federal contam com banco de leite.


Proporcionalmente, o DF é a unidade da federação que mais coleta leite humano. Para se ter uma ideia, em São Paulo, no ano passado, foram coletados 46.719 litros em 55 BLHs, uma média de 849,4 por unidade. No Distrito Federal, os 14 BLHs em pleno funcionamento produziram 17.356 litros em 2013, ou 1.239,7 litros por centro.


O Brasil é o país que mais coleta leite materno no mundo e tem convênio de cooperação com mais de 20 países.
Avanço
O credenciamento começou em 2012, ocasião em que foi inscrito apenas o banco de leite de Taguatinga, o de referência e primeiro do DF, de 1978.


Em 2013, foram inscritos todos os dez da SES-DF, obtendo sete ouros para os hospitais Regionais de Taguatinga, Ceilândia, Asa Norte, Brazlândia, Santa Maria, Planaltina e Paranoá; e três bronzes para os de Sobradinho, Gama e o Materno-Infantil.


Coleta

Além do reconhecimento, os bancos de leite incrementaram o número de leite coletado. De janeiro a outubro de 2014, já foram 14.916 litros de leite, de 4.918 doadoras, contra 14.415 no mesmo período, de 4.672 doadoras. As cifras supõem um incremento de 501 litros, e de 246 mulheres a mais. Este ano, já foram atendidas 9.020 crianças.

Novas doadoras
A rede de bancos de leite humano do DF aproveita a ocasião do credenciamento para convocar novas doadoras e poder fazer estoque para o período de férias e conseguir atingir a média mínima de 1.500 litros por mês. Dessa maneira, espera-se atingir ou superar a cifra do ano passado de 11.287 crianças atendidas.


As novas doadoras podem ligar para o 160, opção 4 que os bombeiros que fazem a coleta irão buscar o leite armazenado. É importante saber que o leite congelado pode ficar guardado por até 10 dias.


O leite coletado pelos bancos de leite atende preferencialmente a bebês prematuros e de baixo peso, além dos internados na UTI.


A rede local de BLHs está sempre fazendo campanhas para manter os estoques e a tradição local de doação. Algumas das mulheres que hoje contribuem para que os bebês com mais necessidade possam dispor de leite materno, representam a segunda ou a terceira geração de uma história de doadoras, que começou em 1978, com o primeiro banco de leite humano do DF, no Hospital Regional de Taguatinga.