Trabalho constante de captação garante órgãos para transplantes no DF
Trabalho constante de captação garante órgãos para transplantes no DF
Por Celi Gomes, da Agência Saúde DFAtendimento à imprensa:(61) 3348-2547/2539 e 9862-9226
Número de doadores ultrapassa o dobro da média nacional
Alcançar o primeiro lugar entre as unidades da federação com mais doadores de órgãos por milhão de habitantes foi a recompensa que o DF recebeu após uma série de medidas adotadas nos últimos três anos. A média no DF é de 33 doadores por milhão de habitantes, mais que o dobro da média nacional (15). Por traz desse número tão significativo, existe um trabalho constante de conscientização e de captação para garantir os órgãos necessários às cirurgias.
“Essa posição de destaque é resultado de investimentos no setor realizados pelo Governo do Distrito Federal (GDF), nos últimos três anos e de muito trabalho dos profissionais da Central de Captação com o apoio dos neurocirurgiões, neurologistas, intensivistas e emergencistas da SES, mas principalmente do Hospital de Base”, destaca a coordenadora da Captação de Órgãos e Transplantes do DF, Daniela Salomão.
Em 2010, a SES não realizava transplante de pulmão, fígado e medula. Os números de transplantes renais realizados era 50% menor do que é hoje, e o transplante de coração era 10% do realizado atualmente, enquanto a taxa de doação estava em 16,3 doadores por milhão de habitantes, metade do atual. Nesse período, foi ampliada a equipe da Comissão de Doadores de Órgãos (CNDDO), atualmente composta por enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalham em regime de plantão 24 horas. Também foram disponibilizados leitos exclusivos para manutenção de potenciais doadores e promovidos cursos para profissionais de saúde.
Para ser doador de órgãos basta informar a família da sua vontade, não sendo necessário constar na documentação. Em vida, a pessoa pode doar sangue, medula óssea e um dos rins para parente até 4º grau. Após o falecimento, a família do doador deverá informar o médico assistente sobre a vontade de efetuar a doação.
Daniela Salomão salienta que a recusa das famílias dos pacientes em morte encefálica em autorizar a doação durante a entrevista caiu nos últimos tempos. Em 2013, das 175 entrevistas realizadas, houve 73 negativas. Isso equivale a 43% das tentativas. Há alguns anos essa taxa chegava a ser maior que 50%. “As 85 famílias que autorizaram a doação de órgãos, foram responsáveis por devolver a vida a mais de 200 pessoas no DF em 2013”, ressalta Daniela.
Recordes
O DF é recordista em transplantes de coração e córnea e está em segundo lugar no ranking de fígado e rins. Em 2013, foram realizados 575 transplantes. Deste total, 357 foram de córnea, 30 de coração, 53 de fígado e 131 de rim, além dos primeiros dois transplantes de pulmão e 22 de medula óssea. O DF também disponibilizou à Central nacional de Transplantes – CNT, 1 coração, 1 pulmão, 12 fígados e 21 rins para serem transplantados em pacientes de outros estados.Também recebemos da CNT 8 fígados, 9 corações e 4 rins.
No DF os transplantes são realizados no Hospital de Base (HBDF), no Hospital Universitário de Brasília (HUB), Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) e rede privada não credenciada com o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Somente sabe da importância da doação de órgão, quem precisa dele. Acompanhei a espera por rim da minha sogra por quase um ano e meio. Quando recebemos a notícia de que haviam encontrado um doador compatível, toda a família e amigos ficaram em estado de graça. Hoje, ela está com muita saúde e curtindo a vida. Somos muito gratos ao doador”, declara Stefany Lima de Oliveira, nora da paciente Santana Nunes, transplantada no ano passado.
Para doar sangue e se cadastrar como doador voluntário de medula óssea, o interessado deve procurar a Fundação Hemocentro de Brasília localizada no Setor Médico Hospitalar Norte, Quadra 03 no início da Asa Norte ou pelo telefone 160 – opção 2. Essas doações terão ainda mais relevância, pois o DF que já tem uma Unidade de Transplantes de Medula Óssea prevê para ainda este ano a realização do transplante de medula não aparentado, no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF). Serão 27 leitos de enfermaria e 12 de hospital dia para o atendimento desse tipo de procedimento.
Atualmente são feitos transplantes com a medula do próprio paciente, chamado autólogo. A ampliação do ICDF permitirá a realização do transplante halogênico, com outros doadores, informa a diretora médica do ICDF, Núbia Vieira.