26/04/2013 às 18h13

Transplantes de coração aumentaram 100% no 1º trimestre de 2013

Procedimentos de fígado e rins também subiram


Levantamento da Central de Captação de Órgãos e Tecidos do Distrito Federal mostra que o número de transplantes de coração dobrou no primeiro trimestre de 2013, se comparado com o mesmo período de 2012. De janeiro a março do ano passado foram feitos três transplantes de coração, enquanto neste ano foram realizados seis.

O número de procedimentos de fígado subiu 58%, passando de sete no primeiro trimestre de 2012, para 12 no mesmo período deste ano. Os transplantes de rins aumentaram 23%, subindo de 22 cirurgias no ano passado para 27 neste ano. Os números da Central de Captação mostram redução nos transplantes de córnea - foram 120 no ano passado e 59 neste ano - porque a fila de pacientes a espera do procedimento foi zerada. Alem destes foi feito, ainda, um transplante de medula no primeiro trimeste de 2013 (em 2012 foram 4).

Foram realizados, ainda, 59 transplantes de córnea no primeiro trimestre deste ano (em 2012 foram 120 ) e um de medula (em 2012 foram 4).

O DF se destaca nas estatísticas de transplantes realizados em todo Brasil, se consolidando na primeira posição em cirurgia de coração e córnea (proporcionalmente ao número de habitantes) no ano passado. Em 2012 a SES-DF realizou 576 transplantes no total, somando os procedimentos de rim (102), córnea (407), coração (18), medula (10) e fígado (39).

O aumento no número de transplantes está diretamente ligado aos investimentos no setor. No ano passado a Secretaria de Saúde do DF conseguiu novamente o credenciamento junto ao Ministério da Saúde para realizar transplantes de rim, fígado e córneas. Além disso, foram ampliadas as equipes de captação de órgãos e criados leitos exclusivos de UTI para a manutenção de vida de doadores. "Isso faz com que a perda de órgãos não ocorra", explica a coordenadora da Central de Captação.

Outro avanço importante foi a criação de câmaras técnicas de doações e transplantes no final de 2012. As oito câmaras – para rim, coração, fígado, pulmão, córnea, medula, doação, captação – são formadas por representantes do Ministério Público Conselho Regional de Medicina (CRM) e médicos renomados que trabalham na área. “Elas supervisionam, avaliam e servem de apoio à Central em todas as questões relacionadas aos transplantes”, diz Daniela Salomão, coordenadora da Central de Captação.

Segundo a coordenadora, o DF já está pronto para oferecer o transplante de pulmão e já obteve credenciamento junto ao Ministério da Saúde. O Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), hospital conveniado à Secretaria de Saúde, irá realizar o procedimento. Os médicos aguardam apenas um paciente estabilizado e preparado para fazer o primeiro transplante do DF. De acordo com Daniela Salomão, a cirurgia é delicada e, por isso, o receptor do órgão tem que ser acompanhado pela equipe médica e estar apto ao procedimento.

Captação de doadores – Dados da Central de Captação de Órgãos e Tecidos do DF mostram ainda um sensível aumento na captação de doadores no primeiro trimestre de 2013. Em 2012, a capital federal figurava em segundo lugar no ranking nacional com 21,8 doações para cada milhão de habitantes e nos três primeiros meses deste ano atingiu 28 para cada milhão de habitantes.

O novo índice pode significar o primeiro lugar no ranking nacional – que ainda não foi divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Para tanto, basta que o Estado de Santa Catarina permaneça no mesmo patamar do ano passado, com 26,4 para cada milhão de habitantes. O DF começou 2012 na quarta posição. Após passar São Paulo e Ceará, atingiu o segundo lugar, atrás apenas de Santa Catarina.

O aumento na captação de doadores pode se explicado, segundo a coordenadora da Central de Captação, pela maior eficácia na manutenção dos pacientes em morte cerebral e pela melhoria na comunicação de potenciais doadores atendidos nos serviços de emergência e unidades de terapia intensiva da rede.