Um ano de mudanças estruturais na Região Central de Saúde
13/12/2019 às 16h19
Um ano de mudanças estruturais na Região Central de Saúde
Manutenções, força-tarefa em hospitais e novos atendimentos marcaram o anoFoto: Cristiano Eduardo/SBD-DFFoto: Divulgação/Saúde-DF
Os esforços da atual gestão para renovar a estrutura da rede pública de saúde e garantir serviços de qualidade já têm mostrado resultados positivos na Região de Saúde Central, uma das maiores do Distrito Federal, que engloba Asa Sul, Asa Norte, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Varjão, Vila Planalto, Lago Sul e Lago Norte. Uma das unidades mais beneficiadas é o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Desde agosto deste ano, o local passou pela troca das tubulações da rede de esgotos e substituição das fiações deterioradas na rede elétrica. Contou ainda com a limpeza das calhas e dutos para reduzir prejuízos no período de chuvas. Houve inclusive a retirada de vazamentos e infiltrações em vários pontos do hospital. Contudo, um dos pontos mais elogiados pelos pacientes foi a recente manutenção de quatro banheiros: um no Pronto-socorro da Obstetrícia e três no Pronto-socorro da Clínica Médica. Eles passaram por pinturas, troca de azulejos e de sanitários. A mudança foi mais do que bem-vinda para a auxiliar de limpeza Rita Francisca, 47 anos. Ela acompanha o marido, Francisco Veronaldo, internado no Pronto-socorro da Clínica Médica. “A estrutura está muito boa. Antes, era bem difícil de usar. As pessoas também não respeitavam muito e depredavam. Agora está ótimo, limpo, com uma cara nova”, relata. Quem também percebeu as mudanças no hospital foi o mecânico José Berto Fernandes. Nos últimos 12 anos, foi internado várias vezes no Hran devido a crises de convulsão. Hoje, de forma voluntária, ajuda a pacientes sozinhos ao fazer companhia a eles nas épocas de Natal e Ano Novo. “Isso aqui melhorou bastante, principalmente os banheiros. As paredes deles e os sanitários estão novos. Para quem passou muito tempo aqui, como eu, sabe a diferença que faz um banheiro estruturado”, comentou. Até o fim de dezembro, há previsão de que R$ 2.179.597,13 sejam usados para as manutenções prediais no Hran, nas unidades básicas de saúde (UBS) e nas policlínicas da Região de Saúde Central. Também estão na lista o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh) e o Hospital Dia. Pinturas, impermeabilização dos telhados e revitalização das redes elétrica e hidráulica estão em andamento nos locais. AVANÇOS – AÇÕES – A visita da equipe do Acre não foi a única recebida pelo hospital. Em julho, o Hran recebeu a consultoria do Hospital Moinhos de Vento, localizado em Porto Alegre. Trata-se de uma visita de diagnóstico, que integra as ações do Projeto Paciente Seguro, desenvolvido pela unidade gaúcha em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Em setembro, a representante da Embaixada da Suécia, a médica Anette Âquist Falkenrot, quis conhecer o funcionamento do hospital, além do fluxo de atendimento e as ferramentas digitais utilizadas no local. HMIB – Outro hospital da região que passou por melhorias neste ano foi o Materno Infantil de Brasília (Hmib). Há mais de 20 anos sem uma reforma estruturante, agora a unidade conta com mais de 2,7 mil metros quadrados revitalizados. Além disso, todo o telhado está sendo substituído e a laje passa por impermeabilização. Tudo foi feito em seis etapas, sem interrupção no atendimento e sem fechar leitos. Diversos setores passaram por revitalização da estrutura, como os corredores do ambulatório, o central e o de acesso, bem como a Pediatria, Radiologia, Policlínica, o alojamento conjunto onde ficam as mães e os bebês, e a Emergência Pediátrica. Os serviços fazem parte do programa SOS DF Saúde e contou com um investimento total de R$ 866.455,58, recursos provenientes de um convênio firmado em 2008 entre a Secretaria da Saúde e o Ministério da Saúde, mas que somente foi viabilizado na atual gestão. E as manutenções não pararam por aí no Hmib. Também foram iniciadas na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), fundamental para fortalecer a aplicação do Método Canguru, já existente no hospital. O objetivo é humanizar o ambiente e proporcionar um melhor cuidado com as mães e os bebês. A previsão é de que as revitalizações sejam concluídas em fevereiro de 2020, com um investimento de cerca de R$ 900 mil no local. Contudo, os benefícios para o hospital, em 2019, não se restringiram apenas a essas melhorias. A unidade foi habilitada pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Doenças Raras e se junta, nesta área, ao O Hospital de Apoio. Com isso, a Secretaria de Saúde passará a receber verba federal a ser investida no tratamento de pessoas com essas doenças em mais um hospital da rede pública do Distrito Federal. A expectativa é que sejam repassados cerca de R$ 40 mil por mês. HAB – O Hospital de Apoio de Brasília (HAB) também passou por manutenção predial ao longo desta gestão. Há pelo menos quatro anos sem revitalizações na estrutura, a unidade ganhou novos espaços para garantir melhores condições de trabalho aos servidores e conforto aos pacientes. Os ambulatórios, o novo espaço de atividades coletivas e as alas da Enfermaria da Internação, Reabilitação e Cuidados Paliativos receberam pintura, troca do piso, reparos no teto, além da retirada de itens danificados e antigos. Os pacientes têm sido remanejados conforme a necessidade, sem prejuízo ao atendimento. Além disso, parte do telhado foi substituído e a laje passou por impermeabilização nas áreas descobertas. As telhas quebradas, rachadas ou trincadas foram trocadas e as que ainda podiam ser reaproveitadas foram remanejadas para outros pontos. Quem agradece, além dos servidores, são os pacientes que utilizam os serviços disponibilizados pelo HAB. Um dos mais requisitados é a hidroterapia, usada para acelerar a reabilitação dos usuários da rede pública. Com foco na humanização, também são realizadas na unidade reuniões entre cadeirantes que estão internados e os que receberam alta, com o objetivo de incentivar os pacientes a investir com maior afinco na recuperação. ADOLESCENTRO – Outra unidade de saúde referência do Distrito Federal, localizada na Região Central, é o Adolescentro, especializado no acolhimento e no tratamento de adolescentes e suas famílias. Os mais de quatro mil atendimentos mensais refletem o impacto do serviço prestado aos usuários da rede pública de saúde. Em 21 anos de existência, o órgão atendeu adolescentes com depressão, ansiedade, transtornos alimentar e de aprendizagem, que fizeram automutilação ou tentaram suicídio. Uma das grandes vantagens da unidade é utilizar a abordagem biopsicossocial, incluindo os responsáveis pelos jovens na compreensão e na solução das questões trazidas. Um destaque entre os serviços oferecidos é o Grupo da Diversidade, que compõe o cuidado com os jovens nas questões relacionadas às diversidades sexual e de gênero. Ou seja, cuida das especialidades da sexualidade LGBTI, serviço agraciado com o Boas Práticas em Atenção Psicossocial. Como o Adolescentro integra a Atenção Secundária, avalia-se, nesta gestão, a possibilidade de regular as consultas, com os pacientes passando antes pela Atenção Primária para, depois, ser encaminhados à unidade. Estuda-se inclusive capacitar os médicos de família para atender os casos mais leves de saúde mental. Os mais graves serão referenciados ao Adolescentro. Leandro Cipriano, da Agência Saúde Fotos: Breno Esaki/Saúde-DF