Vacinação contra HPV no DF vira modelo para todo o país - 2528
Vacinação contra HPV no DF vira modelo para todo o país - 2528

Experiência de sucesso da SES é referência no Ministério da Saúde
A campanha de vacinação contra o HPV, promovida pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), foi reconhecida como uma experiência de sucesso pelo Ministério da Saúde, que resolveu torná-la modelo para o resto do país.
A meta da SES foi a vacinação de 62.854 estudantes da rede pública e particular de ensino de Brasília, nascidas entre 2000 e 2002. Cada dose da vacina custou para a SES-DF R$ 73, totalizando um investimento de cerca de R$ 13 milhões na compra de 192 mil doses.
“Para garantir a efetividade da vacina é necessária a aplicação de três doses, com intervalo de 60 e 180 dias após a primeira dose. Na primeira dose, a cobertura vacinal atingiu 93,90%, na segunda 94,15% e na terceira e última etapa (até o dia 20 de dezembro de 2013) 88,87%”, explica a gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Secretaria de Saúde, Cristina Segatto.
O sucesso da imunização, uma ação pioneira no país, contou com a parceria da Secretaria de Educação. Profissionais da área de educação receberam capacitação e esclarecimentos sobre a campanha. Eles foram treinados por técnicos da SES para ajudar a orientar as famílias das estudantes sobre a importância da ação. O calendário de vacinação foi organizado de acordo com o calendário escolar, respeitando o período das férias.
Para a subsecretária de Vigilância à Saúde, Marília Coelho, a introdução dessa nova vacina é um dos projetos mais importantes do Governo do DF, nos últimos tempos. “O custo beneficio será muito grande, pois vai evitar 70% dos casos de câncer de colo de útero e trazer uma economia brutal para o sistema de saúde”, diz, acrescentando que o tratamento da doença é um dos mais caros.
Além da vacina quadrivalente (utilizada pela SES-DF), que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18, outra vacina contra HPV foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18.As duas vacinas estão comercialmente disponíveis em clínicas privadas.
A partir de 2014, a imunização será exclusiva para meninas de 11 a 13 anos, e as vacinas serão fornecidas pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil, com o objetivo de assegurar proteção contra quatro tipos do HPV (6, 11, 16 e 18), antes do início da vida sexual.
A doença
Os HPVs são vírus capazes de infectar a pele e as mucosas. A transmissão se dá por contato direto com o local infectado, sendo que a principal forma de transmissão é pela via sexual. Quando a infecção persiste, ela pode resultar no desenvolvimento de lesões precursoras, progredindo para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, sendo que 40 deles podem infectar o trato ano-genital. Para evitar o surgimento do câncer de colo do útero é importante que as mulheres façam exames preventivos (Papanicolau ou Citopatológico), que podem detectar as lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.
As lesões clínicas se apresentam como verrugas ou lesões denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista". Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres, podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens, podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta, em ambos os sexos.
Por Frederico Prado, da Agência Saúde DF
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