01/04/2020 às 18h34

Vigilância Sanitária inspeciona instituições de permanência para idosos

Documento técnico também foi criado com orientações e regras a serem aplicadas nesses locaisJurana Lopes, da Agência Saúde Fotos: Geovana Albuquerque, da Agência Saúde

  Com a pandemia do vírus Covid-19 espalhada pelo mundo, além de procurar se isolar, toda a população deve redobrar os cuidados com o principal grupo de risco afetado pela doença: idosos. Pensando nisso e, com o objetivo de proteger a população idosa do novo coronavírus, a Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) criou um documento com algumas orientações para idosos que vivem em instituições, já que eles estão mais vulneráveis ao vírus.   Entre as orientações estão: proibir as visitas de familiares (salvo casos extremos); restringir ao máximo as saídas dos idosos lúcidos e independentes da instituição; proibir as visitas e atividades realizadas por voluntários e estagiários; reduzir a grade de atividades coletivas para estimulação, contudo manter aquelas individuais e imprescindíveis; estimular os idosos lúcidos e independentes à comunicação por redes sociais e videoconferências com os familiares.   Além disso, reduzir o cronograma de consultas médicas eletivas (sob orientação do médico assistente); oficiar o serviço de saúde regional sobre a necessidade de priorização no calendário de imunização desses idosos para influenza; atualizar a imunização para influenza e doença pneumocócica, conforme indicação, para residentes e funcionários; e providenciar a reposição dos medicamentos de uso dos idosos, conforme as prescrições médicas (solicitando por meio do serviço delivery).   Além dessas orientações, a nota técnica trata também sobre o uso de máscaras e as medidas de controle que devem ser adotadas nas instituições, como manter os ambientes ventilados naturalmente e reforçar os cuidados com a higiene.   NOTA TÉCNICA - De acordo com a gerente de fiscalização da Vigilância Sanitária, Márcia Olivé, hoje são 28 instituições de longa permanência para idosos no Distrito Federal. Para evitar o risco de contágio, a Vigilância solicitou que o responsável técnico de cada instituição comparecesse a um dos núcleos, onde foi entregue a nota técnica com todas as orientações a serem seguidas.   “Somente em último caso, iremos até a instituição entregar essa nota técnica, que orienta, além dos cuidados aos idosos, os cuidados que os profissionais que trabalham no local devem ter, já que eles saem e têm contato com outras pessoas. Por isso, também devem tomar muito cuidado, pois eles trabalham com grupos de idosos, que são vulneráveis ao coronavírus”, explica Márcia.   VISTORIAS - Segundo a gerente de fiscalização, vistorias só serão feitas nos lares de idosos em casos excepcionais (denúncias). Tudo isso para evitar o máximo possível que pessoas de fora adentrem os locais e possam infectar os idosos com o coronavírus.   Na última semana, a Vigilância Sanitária recebeu denúncia contra uma das instituições. No entanto, ao checar o local, descobriu que não havia nada de errado. A denúncia acusava superlotação, falta de álcool gel e pacientes, que deveriam estar isolados, estariam misturados com os outros. Não houve confirmação.   “Quando cheguei lá, no horário de almoço, vi que eles estão fazendo o rodízio dos pacientes para evitar tumultos, além de todos os protocolos de higiene estarem corretos. Também apresentaram os relatórios médicos de todos os idosos, o que mostrou que nenhum precisaria ficar em isolamento”, explica a auditora da Vigilância Sanitária, Maria das Graças Britto.   De acordo com ela, no teor da denúncia, também havia o questionamento acerca da admissão de um novo idoso na instituição. Mas, a auditora assegurou que a admissão de novos pacientes não é proibida e a orientação é que se possível, deixa-los em um local mais reservado nos primeiros dias.