Doenças Diarreicas

As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais caracterizadas por uma síndrome, na qual ocorre a diminuição da consistência das fezes, o aumento do número de evacuações (mínimo de 3 episódios em 24 horas) e, em alguns casos, há presença de muco e sangue (disenteria). São autolimitadas, com duração de até 14 dias. O quadro clínico pode evoluir para desidratação leve à grave. Quando tratadas incorretamente ou não tratadas, podem levar à desidratação grave e ao distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito, principalmente quando associadas à desnutrição (BRASIL, 2019).

As infecções podem ser causadas por bactérias e suas toxinas, vírus, parasitos intestinais oportunistas e toxinas naturais (exemplos: E. coli, Salmonella, Rotavírus, Giardia, Entamoeba, etc.).

Indivíduos de todas as idades podem desenvolver doenças diarreicas agudas infecciosas. Entretanto, crianças, idosos e imunodeprimidos são mais propensos a desenvolverem a desidratação. Os recém-nascidos normalmente apresentam infecção mais leve ou assintomática, provavelmente devido à amamentação e aos anticorpos transferidos pela mãe.

O tratamento é simples! É necessário que seja feita uma rápida reidratação dos doentes com líquidos e soro de reidratação oral (SRO). Em casos mais graves é necessário a reidratação por meio de soro intravenoso, que deve ser feita no hospital.

Como podemos prevenir?

As medidas de prevenção e controle estão relacionadas à qualidade da água, ao destino adequado do lixo e de dejetos, ao controle de vetores, à higiene pessoal e ao manejo adequado dos alimentos. As ações de educação em saúde devem destacar a importância dos hábitos de higiene pessoal, principalmente a lavagem correta das mãos, além dos cuidados que devem ser tomados durante o preparo e o armazenamento de alimentos.


 

Vigilância Epidemiológica

Os principais objetivos da vigilância epidemiológica das doenças diarreicas agudas (DDA) são:

  • Monitorar os casos de doenças diarreicas agudas, visando detectar precocemente surtos de DDA.

  • Investigar suas causas, como fatores de transmissão e de risco.

  • Conhecer os agentes etiológicos patogênicos circulantes.

  • Manter atividades contínuas de educação em saúde.

  • Aprimorar as medidas de prevenção e controle.

  • Reduzir morbimortalidade.

Os surtos de DDA, em virtude das muitas possíveis etiologias e fontes de transmissão, são também chamados de surtos de Doença de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). Os surtos de DTHA que configurem evento de saúde pública (ESP) que constitua ameaça à saúde pública devem ser notificados imediatamente ao Ministério da Saúde (fluxo de notificação).