A pandemia pela Covid-19 mostra uma corrida pela vacina e ainda a busca pelo melhor tratamento para debelar o vírus. No entanto, doenças como a tuberculose que possuem vacina e tratamento continuam a preocupar diversos países e o Brasil, que registra 200 novos casos da doença por dia, segundo o Ministério da Saúde. No panorama mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose está entre as dez maiores causas de morte no mundo, atingindo 10 milhões de casos por ano e mais de 1,5 milhão de óbitos.
Tosse seca ou produtiva é um dos sintomas da tuberculose - Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF
Vulnerabilidade
Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo (Koch), o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida. Assim, alguns grupos populacionais podem apresentar situações de maior vulnerabilidade. De acordo com o MS, pessoas em situação de rua estão expostas 56 vezes mais. Já aquelas privadas de liberdade estão 28 vezes mais propensas a pegar a doença.
Tuberculose e Covid-19
Assim como a Covid-19, a tuberculose propaga-se pelo ar e ataca os pulmões. A tosse por mais de três semanas pode ser o indicativo da doença. Sudorese noturna e febre também costumam aparecer. As bactérias que causam a tuberculose são espalhadas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. A doença pode agravar o quadro em paciente que pega a Covid-19. Veja as
orientações de apoio à pessoa com tuberculose durante a pandemia.
BCG e Cobertura no DF
A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. Essa vacina deve ser aplicada nas crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.
A cobertura vacinal acumulada da vacina BCG até abril de 2020 estava em 72% e no mesmo período de 2019, essa porcentagem já era de 98,6%, sendo que a meta é de 90%. Observa-se que a cobertura está baixa nesse primeiro quadrimestre de 2020, menor que a cobertura vacinal para o mesmo período de 2019. A área técnica acredita que pode ser reflexo da pandemia do novo coronavírus e, por isso, reforça o chamamento às mamães que precisam vacinar seus filhos ainda.
Cuidados e Prevenção
A vacina é a principal estratégia para evitar as piores formas da doença. É causada pela bactéria , também conhecida como bacilo de Koch. O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A identificação precoce do caso suspeito e o tratamento adequado do caso que ajudam a diminuir gradativamente a transmissão e, após 15 dias, os níveis de contaminação são praticamente insignificantes. As pessoas que convivem com doentes também estão expostas ao vírus e são examinadas. Caso não mantenham os cuidados adequados no tempo de transmissão, a intensidade de exposição do indivíduo sadio com uma pessoa infectada pode favorecer a contaminação. Idosos, bebês e indivíduos imunossuprimidos são grupos de risco para a tuberculose pulmonar. Como é transmitida por via aérea, as pessoas precisam manter a etiqueta respiratória, ou seja, ao tossir e espirrar evitar levar as mãos à boca e colocar o antebraço para impedir que os aerossóis oriundo desse ato espalhem-se pelo ar.
A tuberculose é uma das principais doenças oportunistas e a pessoa pode carregá-la por anos sem manifestar. Se a pessoa infectada estiver com um bom sistema imunológico, a bactéria provavelmente não causará a doença e nem a transmitirá, permanecendo em estado latente dentro do organismo. O que não representa risco. No entanto, se, em algum momento da vida, a resistência da pessoa baixar por algum motivo, o bacilo poderá entrar em atividade e vir a causar os sinais e sintomas típicos da enfermidade.