Agentes de vigilância ambiental visitaram mais de 2,6 milhões de imóveis em 2023
Agentes de vigilância ambiental visitaram mais de 2,6 milhões de imóveis em 2023
Secretaria de Saúde intensifica ações contra dengue para prevenir o aumento de casos nos próximos meses
Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan
Para combater o mosquito Aedes aegypti, 2.691.661 imóveis do Distrito Federal foram inspecionados - entre janeiro e o início de dezembro deste ano - pela Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (SES-DF). Desse total, 315.815 receberam tratamento - como o uso de larvicidas para eliminar os criadouros - e 433.801 estavam fechados ou tiveram a entrada dos agentes recusada pelos proprietários.
O chefe substituto da Assessoria de Mobilização Institucional e Social para Prevenção de Endemias da SES-DF, Hélio Ferreira, afirma que o número de visitas em 2023 foi maior em relação ao ano passado devido a um trabalho de intensificação no monitoramento. “Superamos em quase 20 mil o número de visitas de 2022 e o trabalho dos agentes de Vigilância Ambiental foi indispensável para evitar o criadouro e a proliferação do Aedes aegypti", explica o gestor.
Diariamente, os agentes vão às residências e aos estabelecimentos comerciais para orientar moradores e comerciantes e, quando necessário, atuam com o tratamento adequado.

Casos da doença
De acordo com a pasta, durante 2023, foram notificados 35.542 casos prováveis em residentes do Distrito Federal e um aumento progressivo do número de probabilidade de dengue nas últimas oito semanas, com pico para a segunda quinzena de novembro, registrando 1.842 casos.
O cuidado deve ser redobrado com os grupos mais suscetíveis a ter complicações, como crianças e idosos. A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus pertencente à família dos flavivírus e é classificado no meio científico como um arbovírus. São conhecidos quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Ferreira explica que, de outubro a dezembro, o DF apresentou ainda um aumento nos casos do sorotipo DENV-2. O profissional explica que isso é preocupante, pois desde o ano passado, o sorotipo circulante era o DENV-1. "O vírus do tipo 2 é mais agressivo. Com ele, o paciente apresenta sinais graves rapidamente. A população que já contraiu dengue uma vez pode ser afetada novamente”, alerta.

Cuidados
A respeito dos cuidados, Hélio Ferreira ressalta que é primordial evitar a água parada, colocar areia nos vasos de plantas, não acumular pneus e qualquer recipiente que possa servir como depósito de ovos do mosquito. "Além disso, existem outras medidas, como por exemplo, o uso de repelentes e roupas de manga longa, utilização de telas e mosquiteiros", aconselha.
A Vigilância Ambiental do DF conta com 762 profissionais que se dividem nas atividades de combate ao mosquito Aedes aegypti. São 15 Núcleos de Vigilância Ambiental que atendem as Regiões Administrativas (RAs). Os profissionais são divididos em duplas e seguem o itinerário das inspeções domiciliares das cidades. As visitas ocorrem todos os dias úteis. Outros órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) também são aliados nesse combate, como o Corpo de Bombeiros (CBMDF), Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), Secretaria de Estado de Segurança Pública, Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), entre outros.
Além das visitas, a Vigilância Ambiental utiliza outros recursos contra o inseto, como as armadilhas, ações educativas, e a aplicação de inseticida, conhecido como fumacê. "O objetivo do fumacê é matar o mosquito na sua fase adulta, por isso, a aplicação ocorre nos locais em que há maior incidência de casos e comprovação pelas equipes", conta.
Sintomas
Os principais sintomas da dengue são febre alta, acima de 38°C, dores no corpo, articulações e atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, manchas vermelhas no corpo, entre outros.
As unidades básicas de Saúde (UBSs) são referência para o primeiro atendimento e têm profissionais aptos à avaliação dos sintomas.