Caps de Samambaia é palco de encontro entre Zé Gotinha e Duolingo
Caps de Samambaia é palco de encontro entre Zé Gotinha e Duolingo
Ação do Ministério da Saúde amplia divulgação sobre serviços de saúde mental. Unidade do DF foi selecionada como exemplo nacional
Humberto Leite, da Agência Saúde-DF | Edição: Willian Cavalcanti
O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) III de Samambaia, unidade da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foi palco de um encontro inusitado: a mascote da vacinação, o Zé Gotinha, encontrou o Duolingo, símbolo de cursos de idiomas on-line. A iniciativa do Ministério da Saúde. realizada neste domingo (24), tem o objetivo de promover a política de saúde mental no Brasil e a unidade do DF servirá de exemplo nacional de espaço de acolhimento dos pacientes.

A diretora de Saúde Mental da SES-DF, Fernanda Falcomer, ressalta a importância da ação para promover os serviços de saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) e desestigmatizar os Caps. “A população vai conhecer os serviços e compreender que este é um espaço de acolhimento, onde há tratamento especializado, inserido na comunidade, num modelo de cuidado em liberdade”, afirma.
Unidade exemplo
O Caps III de Samambaia foi escolhido para o encontro entre Zé Gotinha e Duolingo porque a unidade possui estrutura de referência, elogiada por servidores e usuários. São mais de 870 metros quadrados, incluindo três consultórios, duas salas de acolhimento, bazar, horta, salão de beleza e espaços para atividades coletivas, como artesanato, pintura e tai chi chuan. Só em 2023, o Caps III de Samambaia realizou mais de 29 mil procedimentos, incluindo atendimentos individuais, atividades coletivas, ações de redução de danos e atenção a situações de crise.
“Embora o Caps faça atendimentos individuais, o foco são atendimentos multidisciplinares e compartilhados, envolvendo psiquiatria, clínica médica, especialistas em saúde e equipe de enfermagem. São ofertadas oficinas terapêuticas, grupos de fala, de esporte e lúdicos”, explica a gerente do Caps III de Samambaia, Ana Luísa Lamounier.

Os pacientes são encaminhados pela rede de Unidades Básicas de Saúde ou, em caso de necessidade, são acolhidos no próprio Caps, que funciona com porta aberta, diariamente, das 7h às 22h. Na unidade, atuam mais de 50 servidores, entre psicólogos, médicos, equipe de enfermagem e profissionais de diversas especialidades, como assistente social e terapeuta ocupacional.
Rede de Atenção no DF
A principal porta de entrada para serviços de saúde mental da SES-DF é a rede de 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Nestes espaços, é possível ter atendimento para pessoas de todas as faixas etárias, abordando aspectos como depressão e ansiedade, por exemplo.
Em caso de necessidade, o paciente também passa a frequentar uma das 14 policlínicas ou um dos 18 Caps, incluindo os quatro especializados no público infantil (Capsi) e os sete voltados para tratamento de pacientes que apresentam sofrimento psíquico intenso decorrente do uso de álcool e outras drogas (Caps Ad), mantendo o vínculo com a UBS de origem.
A rede de atenção psicossocial conta ainda com o Centro de Orientação Médico-psicopedagógica (Compp) e o Adolescentro, especializados em crianças e adolescentes. A rede de hospitais e de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também faz acolhimento na área de saúde mental. No DF há, ainda, quatro hospitais de referência para internações psiquiátricas: Hospital São Vicente Paulo (HSVP), Hospital de Base do Distrito Federal, Hospital da Criança José Alencar (HCB) e Hospital Universitário de Brasília (HUB).
Expansão
Até o começo de 2026, está prevista a implantação de mais cinco Centros de Atenção Psicossocial (Caps) na capital. Desse total, dois serão destinados ao público infantojuvenil (Capsi), no Recanto das Emas e em Ceilândia, e outros dois ao tratamento em tempo integral de distúrbios causados pelo abuso de álcool e outras drogas (Caps III AD), no Guará e em Taguatinga. A quinta unidade deve ser implementada no Gama, com atendimentos previstos para começar já em 2025.