01/04/2013 às 15h27

Começa a vacinação contra o HPV em meninas do DF

Meta é imunizar 64 mil estudantes


Começou nesta segunda-feira (1º) a vacinação contra o papiloma vírus (HPV) em meninas que nasceram entre 1º de janeiro de 2000 e 31 de dezembro de 2002 em todas as escolas públicas e particulares do Distrito Federal. A meta é imunizar de 64 mil estudantes que estão dentro da faixa etária da campanha contra a doença, principal causadora do câncer de colo do útero, que mata cerca de 90 mulheres por ano, só na capital do País.

Agora, pais e outros interessados contam com o site www.dfcontrahpv.com.br onde poderão obter respostas para dúvidas que ainda tenham, bem como, imprimir o formulário que autoriza a vacinação. As meninas só poderão ser imunizadas mediante apresentação do documento de identidade e do termo de autorização, assinado pelos pais e ou responsáveis.

O sucesso da imunização, uma ação pioneira no país, depende muito da parceria com a Secretaria de Educação. Desde o dia 8 de março, profissionais da área de educação receberam capacitação e esclarecimentos sobre a campanha. Eles foram treinados por técnicos da SES para ajudar na vacinação e orientar as famílias das estudantes sobre a importância da ação.

Para garantir a efetividade da vacina, é necessária a aplicação de três doses, com intervalo de 60 e 180 dias após a primeira dose. O calendário de vacinação foi organizado de acordo com o calendário escolar, das escolas públicas e privadas, respeitando o período das férias. A primeira dose será aplicada de 1º a 26 de abril, a segunda, de 3 a 28 de junho e a terceira de 30 de setembro a 1º de novembro.

Cada dose da vacina custa R$ 73 e a Secretaria de Saúde investiu cerca de R$ 13 milhões na compra de 192 mil doses. A partir de 2014, a imunização será exclusiva para meninas de 11 anos, com o objetivo de assegurar proteção contra quatro tipos do HPV (6, 11, 16 e 18), antes do início da vida sexual.

Duas vacinas contra HPV foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão comercialmente disponíveis em clínicas privadas: a quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18; e a vacina bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18.

O Ministério da Saúde ainda estuda a viabilidade de introdução da vacina no calendário nacional. A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou, em setembro, um projeto de lei que propõe a aplicação de vacinas contra o HPV em meninas com idade entre nove e 13 anos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta agora será analisada pela Câmara dos Deputados.

A doença
Os HPVs são vírus capazes de infectar a pele e as mucosas. A transmissão se dá por contato direto com o local infectado, sendo que a principal forma de transmissão é pela via sexual. Quando a infecção persiste, ela pode resultar no desenvolvimento de lesões precursoras, progredindo para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, sendo que 40 deles podem infectar o trato ano-genital.

Prevenção
O uso do preservativo durante o ato sexual não protege totalmente da infecção pelo HPV, pois não cobre todas as áreas passiveis de contaminação. Na presença de infecção na vulva, na região peniana e proximidades, o HPV poderá ser transmitido, mesmo com o uso da camisinha. O preservativo feminino, se usado desde o início do ato sexual, protege de forma mais eficaz.

Para evitar o surgimento do câncer de colo do útero é importante que as mulheres façam exames preventivos (Papanicolau ou Citopatológico), que podem detectar as lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.

As lesões clínicas se apresentam como verrugas ou lesões denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista". Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens, podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta, em ambos os sexos.

O tratamento apropriado das lesões precursoras é imprescindível para a redução da incidência e mortalidade pelo câncer do colo uterino. Só o médico, após a avaliação de cada caso, pode recomendar a conduta mais adequada.

Cronograma de vacinação nas escolas

 

Regional

Nº de Escolas

Santa Maria (HRSM)

20

Asa Sul (HRAS)

72

Guará

13

Recanto das Emas

29

Paranoá (HRPa)

13

São Sebastião

14

Núcleo Bandeirante

31

Sobradinho

A definir

Planaltina

A definir

Brazlândia

A definir

Gama

40

Taguatinga

A definir

Samambaia

42

Ceilândia

18