Dia Mundial sem Tabaco destaca vitórias de quem superou o vício
Dia Mundial sem Tabaco destaca vitórias de quem superou o vício
No DF, Secretaria de Saúde disponibiliza 84 locais de atendimento para quem quer parar de fumar
Humberto Leite, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
"Nunca é tarde para deixar de fumar". A dica é do aposentado Jalvo da Silva, 69 anos, que, em 2022, interrompeu o hábito que cultivou por 51 anos. Atualmente é frequentador do grupo de antitabagismo da Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 de Sobradinho, onde serve de inspiração para quem está no início do desafio. "Sempre que posso, participo das reuniões aqui, porque tenho uma ligação emocional", conta. Seu sucesso é um exemplo a ser destacado neste dia 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco.
Professor por anos, Jalvo fala como quem prepara alunos para uma grande prova. Felizmente, nesta turma, todos os colegas prestam atenção. Carlos Lessa, 68 anos, absorve cada conselho com a certeza de que enfrenta uma verdadeira batalha. "Pra mim tem sido muito difícil. A vontade está sempre lá, pois a dependência química é muito grave", destaca.

Já o idoso José Albuquerque, 73 anos, comemora quatro meses longe do cigarro, mesmo período em que começou a frequentar as atividades coletivas na UBS 2 de Sobradinho. "Ajuda muito estar aqui, porque você escuta um falar, escuta o outro, vai observando e põe na sua cabeça que tem que parar", explica.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) presta os atendimentos em 84 unidades. O Programa de Controle do Tabagismo na capital segue orientação da coordenação nacional do Ministério da Saúde com foco em ações educativas. Os pacientes são avaliados por equipes multiprofissionais, podendo ser encaminhados a tratamentos de condições específicas e convidados a participarem dos grupos.
"A participação nas atividades é a parte cognitivo-comportamental do tratamento. Um espaço coletivo e seguro, onde cada um fala de suas dificuldades, derrotas e sucessos", diz a facilitadora do grupo de tabagismo da UBS 2 Sobradinho, Fabrícia Paola Ribeiro.

Desafio é conscientizar os jovens
Um dos principais desafios do Programa de Controle de Tabagismo da SES-DF é alcançar o público jovem. "Estamos tentando prevenir o uso precoce, para que crianças e adolescentes nem cheguem a ter a primeira experiência. O cigarro eletrônico e o narguilé, por exemplo, são muito comuns nesses círculos", afirma Ribeiro.
No Brasil, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis 2022-2030 tem como uma das metas reduzir para 40% o percentual da população que fuma.
Segundo o documento, o percentual de fumantes no País em 2019 era de 9,8% da população. Quatro anos depois, esse índice figurava em 9,3%. A expectativa é reduzir para 5,9% até 2030. No DF, dados de 2023 apontam que 8,4% dos adultos eram fumantes. Desse total, o hábito é maior entre os homens (10,7%); entre as mulheres o percentual é de 6,4%.
O Coordenador do Programa Nacional de Controle do Tabagismo em Brasília, Saulo Viana de Oliveira, lembra que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública global e a principal causa de morte evitável no mundo.
"O tabagismo e a exposição passiva são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas, tais como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares", elenca Saulo Viana de Oliveira.
