28/11/2013 às 11h39

Estrabismo em crianças é tratado pela Rede Pública de Saúde

Por Ana Luiza Greca e Ludmila Mendonça, da Agência Saúde DFAtendimento à Imprensa(61) 3348-2547/2539 e 9862-9226

Diagnóstico precoce previne cegueira

Doença ocular conhecida como “olho torto” ou estrabismo atinge de 5 a 8% das crianças brasileiras. A demora em identifica-la retarda o tratamento e reduz as possibilidades de correção. Atendimento específico é realizado em três grandes hospitais do Distrito Federal.

Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, o estrabismo é um problema ocular frequente com a mesma incidência em ambos os sexos. A doença é identificada por meio da observação clínica e sua característica principal é o desalinhamento do olho. Em torno de três meses de idade, o bebê começa a fixar o olhar tendendo ao alinhamento. Após os seis meses, o desvio não deve mais ocorrer.

“Um olho pode estar olhando em frente e o outro para dentro, para fora, para cima ou para baixo, mas os desvios horizontais são mais comuns. Mesmo a irregularidade sendo sutil, não quer dizer que o problema seja menos grave”, relata o membro da SBOP e do Conselho Brasileiro de Estrabismo, Cassiano Rodrigues Isaac.

O estrabismo pode ser ocasionado por alterações genéticas ou por infecções que podem prejudicar o sistema neurológico afetando os músculos que controlam os movimentos oculares como, por exemplo, a toxoplasmose, ou febres altas com danos cerebrais. A falta de tratamento pode levar a ambliopia caracterizada pelo mau desenvolvimento dos olhos o que afetará todo o processo de alfabetização da criança.

“O diagnóstico precoce é fundamental para que o estrabismo seja tratado imediatamente, mesmo em recém- nascidos. Caso os pais não busquem atendimento médico no início da doença, a criança pode ter doenças graves e até perder a visão”, explica Cassiano.

O oftalmologista recomenda aos familiares que fiquem atentos à doença. As crianças que forem diagnosticadas com estrabismo podem ser atendidas nas unidades especializadas da Rede de Saúde do DF: Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Hospital de Base de Brasília (HBB) e Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

A primeira etapa do diagnóstico é a realização do teste do olhinho realizado nos hospitais públicos e particulares. O teste identifica alterações da coloração do reflexo da luz que é incidido no olho do bebê. Caso haja algum indício, a criança é encaminhada para uma análise mais completa. O tratamento pode ser feito com o uso de óculos, tampão ou cirurgia.

“O objetivo é tentar obter um bom desenvolvimento de ambos os olhos e a maturidade da parte do cérebro responsável pela visão. Em muitos casos a cirurgia não é necessária. toda criança deve ser avaliada desde o nascimento, mesmo sem ter estrabismo, pois existem outras que podem comprometer a visão pelo resto da vida”, conclui o médico Umberto Satyro.