27/07/2023 às 08h39

Lei prevê novo método para combate ao Aedes aegypti no DF

Medida prevista na Lei Nº 7.306 complementa ações já desenvolvidas. Em 2023 foi registrada queda nos índices de contaminação e de casos de dengue

Humberto Leite, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura

O método Wolbachia poderá complementar as estratégias de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. A medida é prevista pela Lei Nº 7.306, publicada na quarta-feira (26) no Diário Oficial do Distrito Federal.

A técnica consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti contaminados com bactérias Wolbachia, um microorganismo que reduz o potencial para a transmissão das doenças. Com o tempo, a expectativa é a de que a população de mosquitos incapazes de transmitir dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana seja maior que a dos potencialmente transmissores. Vale destacar que a técnica não traz riscos para os humanos.

DF adotará nova técnica para combate ao Aedes aegypti. Método  Wolbachia reduz o potencial para a transmissão das doenças.
Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

"É um método comprovadamente eficaz, que pode vir a somar com as outras estratégias já utilizadas", afirma o diretor de vigilância ambiental da Secretaria de Saúde (SES-DF), Jadir Costa Filho. Não há um prazo para início das atividades na capital, masfoi iniciado o diálogo com pesquisadores que desenvolveram o método, já aplicado em estados e municípios do Brasil.

Atualmente, a SES-DF realiza diferentes ações contra ao mosquito, com mais de 28 veículos para a aplicação de inseticida (o "fumacê") e cerca de 700 servidores para a visitação de imóveis, onde realizam combate a larvas, aplicação de larvicidas e ações educativas. Ainda neste ano, também foram realizadas atividades em apoio a municípios no entorno do DF.

De acordo com Costa Filho, o engajamento da população continua a ser a medida mais eficaz para conter o Aedes aegypti. "A grande maioria dos mosquitos está em casas, lojas, apartamentos, prédios comerciais e lotes. Um mínimo de dez minutos por semana que o cidadão usar para vistoriar seu imóvel, localizando e acabando com possíveis depósitos, continua sendo a principal ação de combate", explica.

Contaminação em baixa

Em 2023, o DF colhe os resultados das ações de vigilância ambiental. O último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), em maio, no fim do período chuvoso, mostrou que o índice de infestação na capital estava em 0,5%, considerado satisfatório. Foram visitados 26.241 imóveis, nos quais 132 apresentaram locais com larvas.

Contaminação em baixa: em 2023, foram notificados 22.870 casos suspeitos de dengue entre moradores do DF, uma queda de 62,2% frente ao mesmo período do ano passado. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

O principal resultado é a proteção contra a dengue. Em 2023, foram notificados 22.870 casos suspeitos da doença entre moradores do DF, uma queda de 62,2% frente ao mesmo período do ano passado.