Moradores da área rural Café sem Troco, no Paranoá, são vacinados contra covid-19
Moradores da área rural Café sem Troco, no Paranoá, são vacinados contra covid-19
Foi feito um mutirão ao longo do dia que disponibilizou 700 doses dos imunizantes
Atenção Primária disponibilizou 700 doses para a população da área rural do Café sem Troco - Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF
JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF
Nesta quinta-feira (29), a Secretaria de Saúde realizou um mutirão de vacinação contra covid-19 na área rural do Paranoá conhecida como Café Sem Troco. A ação ocorreu ao longo de todo o dia, das 9h às 17h. Foram disponibilizadas 700 doses, sendo 500 da AstraZeneca e 200 da CoronaVac (para aplicação em gestantes e pessoas com comorbidades). O mutirão foi feito na Escola Classe Café sem Troco.
“Muita gente da zona rural ainda não tinha se vacinado, mesmo com a vacina disponível para sua idade. Essa é uma área de grande vulnerabilidade social, são muitas pessoas desempregadas, que participam de programas sociais e não têm condições financeiras de ir até a área urbana se vacinar”, explica Isabella Peixoto, gerente de serviços da Atenção Primária 2, responsável pelas UBSs 2, 4, 5, 6, 7 e 8 do Paranoá.
De acordo com ela, o objetivo principal da vacinação contra covid-19 na área rural é facilitar o acesso desta população vulnerável e dependendo da demanda, a intenção é fazer novas ações assim que chegarem mais doses no Distrito Federal.
“São pessoas que moram longe de tudo. Daqui do Café sem Troco até o Paranoá ou São Sebastião são cerca de 80km e dependendo do local, não passa transporte público. Então, trazer a vacina até estes moradores é de extrema importância para proteger essa população contra o coronavírus”, afirma.
A população foi informada do mutirão através de carros de som, avisos pelos grupos comunitários, pelos nossos servidores e pelas redes sociais, com apoio da associação comunitária dos moradores. Como a população rural tem hábitos diferentes da área urbana, a fila começou a se formar por volta das 4h da manhã.
Este foi o caso de Rocxnayde Rodrigues, de 36 anos, moradora do Cariru, localidade nos arredores do Café sem Troco. Ela chegou às 4h20 na escola para aguardar o início da vacinação.
“Fiquei com medo de não conseguir uma das doses e preferi vim logo, esperar aqui mesmo. Perdi conhecidos para a covid-19 e por isso estava tão ansiosa para me vacinar. Agora, fico um pouco mais tranquila”, relata.
Para Eilane Neves, 38 anos, moradora da localidade Quebrada dos Neres, o frio não a impediu de chegar cedo no local para se vacinar. “Cheguei 4h40, mas esse já um horário habitual da gente acordar aqui. Estou muito feliz com a vacina, pois somente com ela existe a possibilidade de vivermos um novo normal”, avalia.
O autônomo Edis Soares, de 36 anos, disse que estava muito empolgado com a vacina pois trabalha diretamente com o público e fica com medo de contrair o vírus e acabar contaminando os filhos e familiares.
“A vacina traz um alívio, mas não podemos deixar de continuar com os cuidados diários, pois conheço pessoas que morreram após terem tomado as duas doses. A vacina está aqui, mas a população precisa continuar usando máscara e se prevenindo”, conclui.
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