Roda de samba embala cuidados paliativos de paciente no Hran
Roda de samba embala cuidados paliativos de paciente no Hran
Atividade faz parte das medidas de conforto oferecidas pela equipe da unidade junto à família. Hospitais da rede pública do DF oferecem o serviço
Gabriel Silveira, da Agência Saúde DF | Edição: Natália Moura
"Quero chorar o teu choro, quero sorrir teu sorriso. Valeu por você existir, amigo." Esses versos consagrados pelo Grupo Fundo de Quintal foram entoados por pacientes, familiares e profissionais de saúde durante roda de samba realizada nesta semana (19), no jardim central do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Além do quarteto que embalava a audiência, quem brilhava era a anfitriã da festa: Marilda Cordeiro, 67 anos, paciente em cuidados paliativos da unidade hospitalar. Como parte das medidas de conforto oferecidas pela equipe de saúde, de um dia para o outro, junto ao empenho de amigos e familiares, foi organizada a celebração.

Ouvir as suas canções favoritas, interpretadas por um grupo, ao vivo, era um desejo da paciente. Há poucos meses, Marilda obteve o diagnóstico de câncer de pulmão com metástase cerebral. "Ela me contou que, quando saísse daqui, precisaria de 'um samba'. 'Não tem problema', eu disse para ela. A gente vai ter uma roda aqui mesmo", lembra a filha, Janaína Silva, 52.
A moradora da Candangolândia atribui o êxito da festa à dedicação da equipe de Cuidados Paliativos do Hran. "Tudo isso só foi possível por causa desses profissionais. Se a minha mãe hoje está tendo qualidade de vida, está feliz, é graças a eles", garante.
Qualidade de vida
O atendimento em cuidados paliativos tem como objetivo principal promover a qualidade de vida dos pacientes e dos familiares que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Cada caso é individualizado e as condutas são adequadas conforme a necessidade terapêutica.
A maioria dos hospitais da rede pública do Distrito Federal oferece o serviço especializado. Nas equipes, de um modo geral, participam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos.

"Podemos proporcionar um momento de alegria, um encontro com toda a família, rodeada por nossa equipe... São essas ações que trazem conforto aos pacientes que enfrentam um período tão difícil e sensível", explica a fisioterapeuta da equipe de cuidados paliativos do Hran Ana Cristina Almeida.
As recompensas para o tratamento são complicadas de mensurar. A filha de Marilda, ainda assim, faz questão de agradecer como pode: em forma de samba. "Vocês são maravilhosas [profissionais de saúde]! Obrigada por existirem, como diz a música, amigas."