Festa “Julina” no Caps II do Riacho Fundo traz alegria e protagonismo a pacientes
Festa “Julina” no Caps II do Riacho Fundo traz alegria e protagonismo a pacientes
Evento contou com danças de quadrilha, casamento na roça e comidas típicas
Yuri Freitas, da Agência Saúde-DF | Edição: Edit Silva
Nessa quinta-feira (11), o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II do Riacho Fundo realizou uma festa “julina” para pacientes, trabalhadores do centro de acolhimento e membros da comunidade. O “Arraiá do Caps II RF” foi organizado em maior parte pelos próprios pacientes e seus familiares, que, em meio a muita música, dançaram quadrilha, realizaram um casamento na roça e comeram pratos típicos das festas de São João.
Como explica a gerente do Caps II do Riacho Fundo, Claryane Becker, as festas organizadas todos os anos na unidade – como Carnaval, Dia das Mães ou Páscoa – são sempre de grande importância para os participantes. “Os pacientes se sentem extremamente acolhidos nesses eventos, até porque fazemos questão de que eles participem de tudo, desde a organização: propondo ideias, montando a decoração, escolhendo as músicas, ensaiando apresentações que eles gostam de fazer, trazendo as comidas que são servidas”, diz.
Becker ainda enfatiza o caráter terapêutico que essas celebrações têm em quem busca acolhimento na unidade. “Tudo isso contribui para o tratamento, pois, dessa forma, os pacientes são inseridos em ações que os ajudam a desenvolver o protagonismo de cada um, a melhora do relacionamento interpessoal e a valorização de talentos que, às vezes, nem sabiam que tinham”.
O supervisor do Caps II, Fábio Nunes, concorda integralmente com Becker e reitera que essas atividades ajudam na inserção do indivíduo ao seu meio social, assim como são importante instrumento para fortalecer a autoestima e a autonomia das pessoas. “Esses eventos, que o Caps II realiza aqui no Instituto de Saúde Mental, proporcionam integração entre os pacientes. Essa festa é realizada há mais de 20 anos, sempre tendo o paciente como protagonista. Sem a presença dele, não há como celebrar”, avalia.
Uma segunda casa
A técnica de enfermagem Cássia Maria Garcia, que também atua como terapeuta comunitária e organiza diversas oficinas no Caps II do Riacho Fundo, ressalta que essas celebrações são um fator importantíssimo para o sucesso do tratamento de quem busca refúgio nos centros de atenção. Segundo Garcia, “uma das primeiras coisas que acontecem quando o indivíduo adoece por um transtorno mental é ele se excluir de festas, do convívio, das músicas. Com esse arraial, eles descobrem que a casa deles – porque o Caps é uma segunda casa – também celebra, e não há por que alguém se isolar”.