20/08/2025 às 16h19

Roda de samba embala cuidados paliativos de paciente no Hran

Atividade faz parte das medidas de conforto oferecidas pela equipe da unidade junto à família. Hospitais da rede pública do DF oferecem o serviço

Gabriel Silveira, da Agência Saúde DF | Edição: Natália Moura

"Quero chorar o teu choro, quero sorrir teu sorriso. Valeu por você existir, amigo." Esses versos consagrados pelo Grupo Fundo de Quintal foram entoados por pacientes, familiares e profissionais de saúde durante roda de samba realizada nesta  semana (19), no jardim central do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). 

Além do quarteto que embalava a audiência, quem brilhava era a anfitriã da festa: Marilda Cordeiro, 67 anos, paciente em cuidados paliativos da unidade hospitalar. Como parte das medidas de conforto oferecidas pela equipe de saúde, de um dia para o outro, junto ao empenho de amigos e familiares, foi organizada a celebração. 

Atendimento em cuidados paliativos busca promover qualidade de vida aos pacientes e familiares que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF

Ouvir as suas canções favoritas, interpretadas por um grupo, ao vivo, era um desejo da paciente. Há poucos meses, Marilda obteve o diagnóstico de câncer de pulmão com metástase cerebral. "Ela me contou que, quando saísse daqui, precisaria de 'um samba'. 'Não tem problema', eu disse para ela. A gente vai ter uma roda aqui mesmo", lembra a filha, Janaína Silva, 52.

A moradora da Candangolândia atribui o êxito da festa à dedicação da equipe de Cuidados Paliativos do Hran. "Tudo isso só foi possível por causa desses profissionais. Se a minha mãe hoje está tendo qualidade de vida, está feliz, é graças a eles", garante.

Qualidade de vida

O atendimento em cuidados paliativos tem como objetivo principal promover a qualidade de vida dos pacientes e dos familiares que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Cada caso é individualizado e as condutas são adequadas conforme a necessidade terapêutica.

A maioria dos hospitais da rede pública do Distrito Federal oferece o serviço especializado. Nas equipes, de um modo geral, participam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos. 

Ouvir as suas canções favoritas, em uma roda de samba ao vivo, era o desejo de Marilda Cordeiro, paciente em cuidados paliativos do Hran. Foto: Agência Saúde DF

"Podemos proporcionar um momento de alegria, um encontro com toda a família, rodeada por nossa equipe... São essas ações que trazem conforto aos pacientes que enfrentam um período tão difícil e sensível", explica a fisioterapeuta da equipe de cuidados paliativos do Hran Ana Cristina Almeida. 

As recompensas para o tratamento são complicadas de mensurar. A filha de Marilda, ainda assim, faz questão de agradecer como pode: em forma de samba. "Vocês são maravilhosas [profissionais de saúde]! Obrigada por existirem, como diz a música, amigas."