Saúde alerta para baixa cobertura vacinal de tríplice viral, poliomelite, influenza e covid-19
Saúde alerta para baixa cobertura vacinal de tríplice viral, poliomelite, influenza e covid-19
Distrito Federal enfrenta queda na imunização e intensifica ações de vacinação
Michele Horovits, da Agência Saúde DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan
A Secretaria de Saúde (SES-DF) alerta que o Distrito Federal enfrenta queda na cobertura de vacinas essenciais. Isso aumenta o risco de reintrodução de doenças já eliminadas no Brasil, como sarampo e poliomielite, e de agravamento de casos de síndromes respiratórias em crianças.
De acordo com o Boletim de Imunização do 1º quadrimestre de 2025, a cobertura da vacina tríplice viral que protege contra sarampo, caxumba e rubéola ficou abaixo da meta de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde.
O alerta é reforçado pelo aumento recente de casos importados de sarampo em outros estados, o que eleva o risco de reintrodução da doença no DF. "Mesmo eliminado no país desde 2016, o sarampo continua circulando em várias partes do mundo, e a mobilidade internacional intensa de Brasília, com a presença de embaixadas e voos internacionais, torna o cenário local ainda mais vulnerável.", ressalta a gerente da Rede de Frio Central, Tereza Luiza Pereira.
Vacina contra poliomielite (VIP)
De acordo com dados da Secretaria de Saúde (SES-DF), de janeiro a abril de 2025, foram aplicadas 9,7 mil doses contra a poliomielite em crianças com menos de um ano, alcançando 88,9% da cobertura, percentual abaixo do indicado pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.
A poliomielite é uma doença grave, capaz de causar paralisia permanente e a vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem receber as doses de acordo com o calendário de rotina. Desde novembro de 2024, o Brasil adotou o esquema exclusivo com a vacina inativada poliomielite (VIP), em consonância com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O esquema prevê três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de um reforço aos 15 meses.
Influenza e covid-19
A cobertura da vacina influenza e da covid-19 em crianças menores de 4 anos também está longe do ideal. A baixa adesão preocupa especialistas, pois aumenta o risco de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nessa faixa etária — uma das principais causas de internação infantil no inverno e em períodos de alta circulação viral.
O boletim aponta que a adesão das famílias ainda é um desafio, mesmo com o esforço da rede pública em ofertar os imunizantes em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Segundo a gerente da Rede de Frio, a população precisa se conscientizar de que as vacinas continuam sendo a forma mais segura e eficaz de evitar surtos e internações. “As vacinas estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde, e manter o cartão de vacinação em dia é uma responsabilidade coletiva”, reforça.
No Distrito Federal, conforme orientação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina de covid-19 está disponível para crianças de 6 meses a 5 anos (no Calendário Nacional de Vacinação de rotina), gestantes e puérperas, idosos a partir de 60 anos, pessoas com comorbidades, imunossuprimidos, trabalhadores da saúde, indígenas, quilombolas e ribeirinhos e também pessoas que ainda não tenham recebido nenhuma dose do imunizante.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda considera a covid-19 como um importante evento de saúde pública. O vírus segue em circulação, com novas variantes surgindo, e os riscos de agravamento do quadro são maiores em pessoas não vacinadas.
Na hora de se imunizar, é importante levar a caderneta de vacinação e um documento de identidade. Caso a pessoa não possua mais seus registros de imunização, será feita consulta digital ao sistema e, se necessário, serão aplicadas todas as doses previstas para a faixa etária. A lista dos locais de vacinação está disponível no site da Secretaria de Saúde.