UBSs promovem saúde por meio de hortos agroflorestais medicinais biodinâmicos
UBSs promovem saúde por meio de hortos agroflorestais medicinais biodinâmicos
Até dezembro serão implementados 11 novos em unidades básicas de saúde de todo o Distrito Federal. Um deles será inaugurado no Itapoã nesta quarta-feira (6)
Jurana Lopes, da Agência Saúde-DF | Edição: Amanda Martimon
O horto agroflorestal medicinal biodinâmico da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Itapoã será inaugurado nesta quarta-feira (6), com programação das 8h às 18h. O espaço faz parte de iniciativa da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), que já possui quatro locais e entregará uma rede de 15 hortos até dezembro. Neles, o cultivo de plantas medicinais e de outros tipos ocorre de forma comunitária e com base na agricultura biodinâmica, que vê a saúde de forma integrada.
De acordo com o médico da família e Referência Técnica Distrital (RTD) de plantas medicinais/fitoterapia, Marcos Trajano, o objetivo é que as equipes de saúde promovam com a comunidade atividades coletivas, de educação em saúde, de educação alimentar e nutricional e de educação ambiental. As colheitas – de plantas medicinais, alimentos e plantas alimentícias não convencionais (PANCs) – devem ser distribuídas para a comunidade mais vulnerável e sob insegurança alimentar.
“Considerando a situação de vulnerabilidade nos nossos territórios, as equipes podem compor os esforços para o enfrentamento da fome, da miséria e da insegurança alimentar e nutricional”, explica Trajano. A criação de hortos agroflorestais medicinais biodinâmicos nas UBSs do DF é uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria de Saúde.
As espécies cultivadas são selecionadas de acordo com o perfil de cada comunidade, levando em consideração a cultura, as necessidades e o espaço disponível. “Há territórios com mais vulnerabilidade social e insegurança alimentar, em que podem ser cultivadas mais plantas alimentícias. Já alguns hortos serão focados na produção de plantas medicinais para produção de fitoterápicos”, pontua a pesquisadora da Fiocruz e engenheira agrônoma Fabiana Peneireiro.
Novos locais
Os 11 hortos agroflorestais medicinais biodinâmicos serão implementados nos seguintes locais: UBS 1 do Itapoã; UBS 1 da Asa Sul; UBS 3 e 10 de Santa Maria; UBS 6 de Samambaia; UBS 8 de Ceilândia; UBS 1 de Brazlândia; Escola Classe Beija-Flor (316 Norte); Subsecretaria de Vigilância à Saúde (712 Sul); Diretoria de Vigilância Ambiental (Noroeste); e CAPS Candango (Setor Comercial Sul).
Os hortos têm a finalidade de promoção da saúde em seu conceito ampliado, envolvendo a comunidade com os profissionais que ali atuam. A biodinâmica visa aproximar as pessoas da natureza, tendo ligação direta com as práticas integrativas. A consequência disso é, por exemplo, relações de convivência e confiança e reflexão sobre cuidados com a saúde de forma integral, permitindo uma abordagem também no campo da saúde mental.
“A promoção da saúde é uma forma de trabalhar a prevenção com educação, prática integrativa em que reúne toda a comunidade. O manejo no horto também promove saúde mental para os envolvidos, conhecimento, melhora da alimentação e participação democrática dentro da UBS entre as equipes e a população assistida”, destaca a coordenadora do projeto de hortos pela Fiocruz, Ximena Moreno.
Hortos no DF
Com mais de 100 espécies de plantas, a maioria com potencial medicinal, o horto da UBS 1 do Lago Norte é exemplo para todo o Brasil. Ele reúne plantas com potencial medicinal, plantas alimentícias não convencionais e nativas.
Atualmente, a Secretaria de Saúde possui quatro hortos medicinais em toda a rede. Além da unidade do Lago Norte, a iniciativa já existe na Casa de Parto, em São Sebastião, na Farmácia Viva do Riacho Fundo I e na Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina. Em três dos quatro hortos, é feita a entrega da planta fresca, mediante prescrição.
Na Farmácia Viva do Riacho Fundo I ocorre a produção de medicamentos fitoterápicos, que são distribuídos para 25 UBSs e para o Cerpis de Planaltina, que os repassam dentro da Região Norte.