31/05/2019 às 12h50

Grávida fumante pode desenvolver e causar diversos problemas para o feto

O cigarro eleva o risco de abortamento, malformações fetais, restrição no crescimento do fetoJaniara Lara, da Agência Saúde

    Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovam que as mulheres fumantes representam 20% do total das pessoas que fumam no mundo, o que corresponde a cerca de 250 milhões delas. Isso fez com que o tabagismo se tornasse um problema de saúde pública em relação à mulher gestante, além de prejudicar a formação e o desenvolvimento do feto.   Quando se pensa na mulher em idade reprodutiva, o hábito de fumar diminui a fertilidade. Quando já grávida, o cigarro e as substâncias tóxicas nele presentes, principalmente o monóxido de carbono e a nicotina, estão relacionados a um maior risco de abortamento, alterações placentárias, malformações fetais e restrição no crescimento do feto.   Além disso, são mais elevadas as chances de causar sangramento no pós-parto. Quando a mãe vai amamentar, também afeta o recém-nascido, que será fumante passivo e vai receber as toxinas do fumo através do leite materno.   Levando-se em conta a saúde da mulher fora do período gestacional, é preciso pensar na questão do câncer. Dentro dos ginecológicos (o de mama e o de colo de útero), cerca de 50% deles estão relacionados ao hábito de fumar.   ESTILO DE VIDA – A partir do século XX, com as mudanças no estilo de vida, o número de mulheres fumantes aumentou bastante, o que acarretou grandes prejuízos para a saúde delas. Entre os resultados estão o incremento de doenças causadoras de morte feminina, como as cardiovasculares, as neoplasias (câncer de mama, de colo de útero e de pulmão) e as respiratórias. Todas relacionadas ao uso crônico do cigarro.   Quando a mulher fumante acaba engravidando sem um planejamento prévio, é importante que ela seja encaminhada, o quanto antes, ao cuidado pré-natal para ser encorajada e receba da equipe médica o suporte necessário para abandonar o vício. E se vai planejar a gravidez, deve ser conduzida aos serviços de saúde para abandonar esse hábito antes que a gestação se inicie.   “Vale lembrar que apenas diminuir a quantidade de cigarros não resulta em maiores benefícios. Qualquer tanto consumido vai trazer grandes prejuízos para o feto e para a gestação de uma maneira em geral. Trabalhos científicos comprovam a perda de cognição dos recém-nascidos de mãe fumantes. Ou seja, as crianças podem ser menos inteligentes”, ressalta a responsável técnica pela Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Materno e Infantil de Brasília (Hmib), Andréia Regina da Silva Araújo.   “É preciso fazer campanhas para incentivar e dar apoio às mulheres para que elas abandonem, definitivamente, esse vício nefasto, que traz tantos malefícios à vida dela, dos filhos e da família. No dia 31 de maio, Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, é preciso chamar a atenção para que o profissional de saúde se conscientize da importância de alertar, apoiar e incentivar a paciente a largar o fumo”, conclui Andréia Araújo.   DIA SEM TABACO – Foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de atrair a atenção do mundo todo para a pandemia desencadeada pelo tabagismo e também sobre as doenças e mortes que poderiam ser evitadas.   Em 1988, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a Resolução WHA 42.19 determinando que a celebração do Dia Mundial Sem Tabaco acontecesse, todos os anos, no dia 31 de maio.