28/12/2023 às 16h00

Retinopatia diabética: cuidados para evitar a doença

Ocasionada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, a enfermidade é uma das complicações mais comuns da glicemia fora de controle e pode até causar cegueira

Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan

O descontrole da glicemia, elevando os níveis de açúcar no sangue, é um dos fatores causadores da retinopatia diabética, doença que afeta cerca de quatro milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A enfermidade é ocasionada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, prejudicando o tecido no fundo do olho - responsável por captar imagens interpretadas pelo cérebro.

A retinopatia diabética é causada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, prejudicando o tecido no fundo do olho. As principais complicações incluem visão embaçada ou flutuante, desenvolvimento de glaucoma, descolamento de retina e, em casos extremos, cegueira. Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

De acordo com o oftalmologista Fabrício Borges, do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), especialista na doença, a retinopatia é a principal causa de cegueira em pessoas com diabetes. Ele alerta que essa complicação pode ser evitada ou controlada com diagnóstico precoce.

"É muito importante que os pacientes diabéticos façam anualmente o exame de fundo de olho da retina, para detectar precocemente a doença. Com diagnóstico e tratamento oportunos, é possível prevenir complicações que podem levar à cegueira. Ela é considerada a maior causa de cegueira na população trabalhadora, abaixo dos 50 anos de idade", explica.

O descontrole da glicemia, elevando os níveis de açúcar no sangue, é um dos fatores causadores da retinopatia diabética, doença que afeta cerca de quatro milhões de brasileiros. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Como prevenir

A prevenção da retinopatia diabética envolve o controle dos níveis de açúcar no sangue e a manutenção da pressão arterial em níveis normais. Pessoas com diabetes devem realizar consultas periódicas com o oftalmologista e adotar hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e atividades físicas regulares. O diabetes pode causar sintomas em diversas partes do corpo, não necessariamente associados à condição.

As principais complicações da retinopatia diabética incluem visão embaçada ou flutuante, desenvolvimento de glaucoma, descolamento de retina e, em casos extremos, cegueira. O tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), chamado antiangiogênico, é de alto custo, mas essencial para estabilizar e tratar a doença. “Fazemos cerca de 200 procedimentos por mês na rede, ", diz Borges.

A prevenção é fundamental. A porta de entrada na rede pública para o atendimento são as unidades básicas de saúde (UBSs). Após avaliação, os profissionais encaminham os pacientes para os médicos especialistas.​​​​​ Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília.

O Hran conta com um quadro de especialistas no uso de antiangiogênicos - medicamentos que têm a possibilidade de inibir o crescimento de vasos sanguíneos anômalos -, contribuindo significativamente para o cuidado eficaz no tratamento.

Atualmente, 70 oftalmologistas fazem parte da SES-DF. A porta de entrada na rede pública para o atendimento são as unidades básicas de saúde (UBSs). Após avaliação, os profissionais encaminham os pacientes para os médicos especialistas.

Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), no Hospital Regional do Guará (HRGu), ampliou seu horário de funcionamento, buscando dobrar o número de pacientes acompanhados. Os atendimentos ocorrem às terças e quintas-feiras, das 7h às 12h e das 13h às 18h.