01/07/2025 às 09h14

Distrito Federal se destaca em ampliação do uso de profilaxia contra o HIV

Capital também é destaque nacional em continuidade do tratamento, apresentando o menor índice de abandono do País

Michele Horovits, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura

O Distrito Federal tem avançado na oferta e na adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, a capital alcançou a categoria 4 no monitoramento da estratégia. Isso significa que, assim como São Paulo, há pelo menos uma pessoa em uso da PrEP para cada quatro novos casos de HIV registrados no DF. O índice mostra que, se o ritmo for mantido, a transmissão do vírus pode realmente ser reduzido nos próximos anos.
 

Capital também é destaque nacional em continuidade do tratamento, apresentando o menor índice de abandono do País.  Foto:  Matheus Oliveira/ Agência Saúde-DF 

 

A unidade da federação também é destaque nacional em continuidade do tratamento. Enquanto a média brasileira de descontinuidade da medicação é de 30%, o DF registrou apenas 21% - o menor índice do País. 

“Os números são resultado direto do trabalho comprometido e qualificado das equipes de saúde. São profissionais que, na ponta, acolhem, orientam e acompanham cada pessoa com cuidado e respeito. Ainda temos desafios pela frente, mas estamos no caminho certo para ampliar o acesso e promover uma resposta cada vez mais eficaz ao HIV”, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES-DF), Juliane Malta.

O HIV é transmitido principalmente por meio dos fluídos corporais específicos durante relações sexuais sem proteção, compartilhamento de seringas e de mãe para filho durante o parto (quando não for bem assistido).

Público-alvo

Qualquer pessoa interessada pode requisitar o uso da profilaxia – inclusive adolescentes, a partir de 15 anos, pesando 35kg ou mais, sem necessidade de autorização dos pais. O medicamento será dispensado após consultas e exames para avaliar a situação da saúde do indivíduo.
 

Quando usada corretamente, a PrEP pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF 


Entretanto, os segmentos prioritários são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas vive com HIV.

Além desses públicos, Malta reforça que mulheres cisgênero heterossexuais também devem ficar atentas às informações sobre prevenção de HIV. 

A PrEP é uma das ferramentas mais eficazes para a prevenção do HIV. Quando usada corretamente, pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção. A SES-DF disponibiliza a profilaxia gratuitamente em diversos pontos do DF. O acesso é simples, confidencial e seguro. 

HIV e aids são a mesma coisa? 
 

  • O HIV é um microrganismo que ataca o sistema imunológico. Uma pessoa infectada pode não apresentar sintomas ou desenvolver aids;
  • A aids é a infecção pelo HIV em estágio avançado. Não é o vírus em si, mas um conjunto de sinais que comprometem as defesas imunológicas;
  • Embora não exista cura para a aids, o tratamento antirretroviral pode controlar a infecção, permitindo que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável;
  • O tratamento correto pode fazer com que o paciente atinja a carga viral indetectável para o HIV, ou seja, tão baixa que não pode ser detectada por testes-padrão. Nesse caso, a pessoa também não transmite o vírus.