Transmissão de mãe para filho: DF ganha certificado por boas práticas contra HIV e sífilis
Transmissão de mãe para filho: DF ganha certificado por boas práticas contra HIV e sífilis
Reconhecimento concedido pelo Ministério da Saúde e Opas destaca rigor da capital federal em diagnóstico precoce e acompanhamento de gestantes e bebês
Michelle Horovits, da Agência Saúde DF | Edição: Natália Moura
O Distrito Federal foi oficialmente certificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) por eliminar a transmissão vertical da sífilis e do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Os selos são destinados às boas práticas no combate a essas infecções, quando passadas da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou o aleitamento.
O reconhecimento, recebido neste mês, conferiu ao DF o Selo Prata para a eliminação do HIV e o Bronze para a da sífilis. "Essa certificação legitima um esforço coletivo da Secretaria de Saúde [SES-DF], que envolve desde a busca ativa até o suporte especializado nas maternidades", afirma a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da pasta, Beatriz Maciel.
Segundo a gestora, os selos demonstram que a capital consolidou um fluxo de cuidado robusto, garantindo que o diagnóstico chegue cedo e o tratamento seja ininterrupto. "Nosso foco, agora, é avançar ainda mais nos indicadores para assegurar que nenhuma criança nasça com infecções que podem ser evitadas com um pré-natal de qualidade. Este é a ferramenta mais poderosa para garantir mães e bebês saudáveis, livres do HIV e da sífilis, por exemplo", destaca Maciel.
Critérios de Excelência
Para receber os selos, o sistema de saúde deve comprovar que mantém a taxa de transmissão vertical do HIV abaixo de 2% e a incidência em crianças menor que 0,5 caso por mil nascidos vivos. Além disso, é necessário atingir mais de 95% de cobertura em exames de pré-natal e oferta de tratamento antirretroviral.
Quatro décadas após o primeiro registro nacional da aids, o Brasil alcança um marco histórico em sua trajetória, conforme indica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha: “Somos o maior País do mundo a eliminar a transmissão vertical do HIV. Os avanços que celebramos refletem uma construção coletiva, nacional e global, que consolidou o acesso gratuito à terapia antirretroviral e às estratégias modernas de prevenção", avalia.
Conjuntura nacional
O processo de certificação brasileiro teve início em junho de 2025, com a apresentação de relatórios técnicos à Opas/OMS. Os dados nacionais mostram um cenário otimista: entre 2023 e 2024, houve uma queda de 13% nos óbitos por aids no País, atingindo o menor patamar em três décadas. No DF, esse avanço é refletido na ampliação do acesso a ferramentas como às profilaxias Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP) ao HIV, além da distribuição de testes rápidos.