Zoonoses recolheu quase mil corpos de animais em 2025
Zoonoses recolheu quase mil corpos de animais em 2025
Secretaria de Saúde faz análise de animais mortos para proteger humanos de doenças como raiva ou febre amarela
Humberto Leite, da Agência Saúde DF | Edição: Willian Cavalcanti
Até o início de dezembro, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) recolheu 770 morcegos (vivos e mortos), 173 macacos e dois gambás. O recolhimento destes animais é uma estratégia fundamental para monitoramento de zoonoses, doenças que acometem tanto animais quanto humanos, como é o caso da raiva e da febre amarela.
Recolhimento de animais é fundamental para monitoramento de doenças que acometem animais e humanos, como a raiva e a febre amarela. Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde DF
"Os agentes de vigilância ambiental recolhem os corpos desses animais para saber se está ou não circulando o vírus da febre amarela ou da raiva", explica o médico infectologista Victor Bertollo, da Subsecretaria de Vigilância à Saúde da SES-DF. A ação é considerada preventiva e ajuda a direcionar outros esforços, como reforçar a vacinação contra febre amarela para humanos e contra raiva para cães e gatos.
No caso da raiva, o infectologia ressalta a importância de buscar atendimento em casos de mordida ou arranhadura. "Temos protocolos de assistência nesses casos para definir se vai ser feito só monitoramento ou se vai precisar ministrar soro e vacina", acrescenta. A lista de locais onde é oferecido o serviço da chamada "profilaxia pós-exposição" está disponível no site da SES-DF.
Orientações
O diretor de Vigilância Ambiental da SES-DF, Edvar Schubach, destaca que a Zoonoses trabalha especificamente com animais já mortos (no caso específico de morcegos, podem ser recolhidos vivos). Para o resgate de outros animais vivos, é necessário acionar o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). Para falar com a Zoonoses, deve-se ligar para os números 3449-4432 ou 3449-4434.
Zoonoses da SES-DF trabalha especificamente com animais já mortos. Mas morcegos podem ser recolhidos vivos. Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde DF
"No caso de animais domésticos, o recolhimento do cadáver é realizado caso o animal possua sinais clínicos compatíveis e laudo médico veterinário com suspeita ou confirmação para leishmaniose visceral, raiva e esporotricose, ou caso o animal tenha ido a óbito após um acidente de mordedura ou agressão com vítima humana. Animais sem vínculo epidemiológico não são recolhidos", adiciona.
É importante evitar contato direto com o cadáver dos animais silvestres ou domésticos com suspeita de doenças. Se for necessário, deve-se utilizar luvas. Também é preciso manter outros animais a distância e os cadáveres não devem ser jogados no lixo. Se o animal morto foi encontrado dentro de área de parque federal ou de preservação ambiental, é necessário acionar a administração do local.