Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar
As Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) são causadas pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTHA no mundo, podendo ser causadas por bactérias e suas toxinas, vírus, parasitas intestinais oportunistas ou substâncias químicas.
A Vigilância Epidemiológica das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (VE-DTHA) é realizada a partir do monitoramento de casos e surtos e compreende a vigilância epidemiológica de algumas doenças de notificação compulsória como cólera, botulismo, febre tifoide, toxoplasmose adquirida na gestação e congênita, surtos de DTHA e outras de notificação em unidades sentinelas, como doenças diarreicas agudas, rotavírus e síndrome hemolítico-urêmica. Seu objetivo principal é a redução da incidência das DTHA a partir do conhecimento do problema e sua magnitude, subsidiando as medidas de prevenção e controle.
Os surtos de doenças transmitidas por alimento podem ser identificados quando duas ou mais pessoas apresentam sintomas gastrointestinais, após a ingestão de alimentos ou água contaminados com microrganismos patogênicos ou suas toxinas, configurando uma fonte comum. A alteração do comportamento das doenças diarreicas agudas (DDA), como a notificação/identificação de casos de DDA acima do esperado para determinado período e território, também sinaliza a possibilidade de ocorrência de surto de DTHA.
No caso de patógenos altamente virulentos, como Clostridium botulinum, Escherichia coli O157:H7 e o Vibrio cholerae, assume- se que apenas um caso pode ser considerado um surto.
As doenças sob a vigilância da Área Técnica das DTHA/DF são:
• Cólera
• Doença de Creutzfeldt-Jakob - DCJ
• Síndrome Hemolítica Urêmica – SHU
Recomendações para prevenção das DTHA:
Uma das ações prioritárias para a prevenção, controle e redução dos riscos e surtos de DTHA é o investimento público para melhoria da infraestrutura dos serviços de saneamento básico. Também é essencial a prática de higiene pessoal e coletiva e o manejo adequado de alimentos para consumo. Lavar frequentemente as mãos com água limpa e sabão, principalmente:
• Antes de preparar ou ingerir alimentos;
• Após o manuseio de carnes cruas ou de terra;
• Após ir ao banheiro;
• Após utilizar transporte público ou tocar superfícies que possam estar sujas;
• Após tocar em animais;
• Sempre que chegar em casa;
• Antes e após amamentar e trocar fraldas.
Cuidados com os alimentos e com a água:
•Consumir carnes bem cozidas/assadas, água tratada (filtrada e/ou fervida) e alimentos, cujas condições higiênicas, de preparo e acondicionamento sejam adequadas.
• Alimentos prontos quentes expostos ao consumo devem ser mantidos a 60°C ou mais por, no máximo, 6 horas e, quando resfriados, mantidos à temperatura inferior a 5ºC por, no máximo, 5 (cinco) dias;
• Alimentos preparados, após cocção, mantidos abaixo de 60°C, devem ser consumidos em até 60 minutos;
• Alimentos prontos frios expostos ao consumo devem ser mantidos abaixo de 5°C;
• Alimentos perecíveis só podem permanecer em temperatura ambiente pelo tempo mínimo necessário para sua preparação e devem ser armazenados à temperatura de 2°C a 8°C (geladeira);
• Alimentos congelados devem ser descongelados em condições de refrigeração à temperatura inferior a 5ºC ou em forno de micro-ondas;
• Os alimentos submetidos ao descongelamento devem ser mantidos sob refrigeração se não forem imediatamente utilizados, não podendo ser recongelados;
• Reaqueça bem os alimentos que tenham sido congelados ou refrigerados antes de consumi-los;
• Mantenha os ovos preferencialmente refrigerados e não os armazene na porta da geladeira;
• Ovos cozidos devem ser fervidos por, no mínimo, 7 minutos; o consumo de ovo cru ou mal-cozido pode causar danos à saúde;
• Mantenha os alimentos bem acondicionados e fora do alcance de insetos, roedores e outros animais;
• Lavar e desinfetar as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
• Higienizar adequadamente as hortaliças (frutas, legumes e vegetais), dando ênfase à esfregação mecânica em água corrente, antes de consumi-los ou prepará-los.
Cuidados com o ambiente:
• Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada;
• Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apropriado;
• Usar sempre o vaso sanitário, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água;
• Eliminar fezes de felinos em lixo seguro;
• Expor as caixas de areia para fezes de felinos ao sol, preferencialmente, diariamente ou sempre que possível;
• Cobrir as caixas de areia para recreação infantil, a fim de evitar a contaminação por fezes de animais ou mantê-las expostas ao sol diariamente.
Para população sem acesso a água tratada, realizar tratamento de água domiciliar:
• A água para consumo humano, quando não for filtrada, deverá ser fervida por 5 minutos. Aguardar o total resfriamento e só depois poderá ser consumida.
• Também pode ser utilizado o hipoclorito de sódio a 2,5% para desinfecção da água.
Documentos epidemiológicos
Situação Epidemiológica de doenças de transmissão hídrica e alimentar 2023
Situação Epidemiológica de doenças de transmissão hídrica e alimentar 1º Semestre de 2024
Informativos técnicos
Nota Informativa n.º 8/2024 - Intoxicação Alimentar X Investigação Exógena